sábado, 2 de junho de 2018

Lua de Júpiter

“Jupiter holdja ”, de Kornel Mundruczó (2017) Curiosamente, assisti aos filmes anteriores do Cineasta húngaro Kornel Mundruczo em edições anteriores do Festival do Rio. Sei disso, porque os seus filmes são sempre estranhos, com elementos de alucinação, metáforas, investindo em gêneros para poder contas as suas histórias bizarras, quase sempre falando da falta de comunicação entre as pessoas. Foi assim com o Musical “Joanna”, com o drama “Projeto Frankestein” e em “Cão Branco”, esse último, uma alegoria de terror sobre os cachorros que resolvem eliminar seus donos. Kornel gosta de desafios, seus filmes são tecnicamente muito complexos. Em “Lua de Júpiter”, Kornel se apropria dos filmes de ação e aventura, quase um “X men”, para falar da questão dos refugiadas e também para criticar a cultura das redes sociais: as pessoas somente olham para baixo, para seus celulares, é praticamente ninguém enxerga um rapaz flutuando no ar, como um anjo redentor. Esse anjo atende pelo nome de Aryan, um jovem refugiado sírio que ao chegar na Hungria, se perde de seu pai e leva tiros de um policial. Estranhamente, Aryan ressuscita, como se fosse um Cristo que veio ditar a ordem contra a corrupção que se instalou na sociedade. Em seu caminho, surge o médico Goebel, que no passado teve um caso de erro médico que destruiu sua carreira. Juntos, eles tentam fugir da polícia e tentar encontrar o pai de Aryan. O filme tem uma câmera claustrofóbica, colada nos personagens, lembrando a angústia de “O filho de Saul”. Mas mas incríveis cenas de voo, a câmera se liberta e atinge níveis técnicos impressionantes. Efeitos especiais foda, e direção fabulosa, gerando planos sequências de cair o queixo. Um filme original, estranho, corajoso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário