sexta-feira, 22 de junho de 2018

Hereditário

"Hereditary", de Ari Aster (2018) Escrito e dirigido por Ari Aster, foi um enorme sucesso no Festival de Sundance 2018. A melhor experiência para o espectador que vai ver o filme, é assistir sem saber de absolutamente nada. Porque essa é a sensação que a gente tem enquanto assiste ao filme: Para onde essa históra vai caminhar? Annie (Toni Colette) é uma artista plástica que trabalha com miniaturas. Ela mora com seus 2 filhos, Peter ( Alex Wolff) e Charlie ( Milly Shapiro) e o marido, Steve (Gabriel Byrne). O filme começa com Annie se preparando para o velório de sua mãe, de quem ela se distanciou bastante. A partir daí, fatos estranhos passam a ocorrer na casa onde mora a família. Com 126 minutos de duração, o filme tem a primeira hora mais próxima ao drama, apresentando o luto de Annie perante a morte de pessoas próximas. Na 2a parte, a história vai se desenvolvendo para um desfecho apoteótico e desesperador. Para espetadores sensíveis, recomendo não assistir ao filme em casa sozinho, pois com certeza, focará dias sem dormir. A direção de Ari Aster compõe com bastante economia na quantidade de planos, e assim como Stanley Kubrick em "O iluminado", ele elabora planos longos que percorrem os corredores da casa. Estão divulgando o filme como o novo "Exorcista", mas ele está muito mais próximo de "O bebe de Rosemary" e de "A bruxa". As cenas de violência são poucas, mas intensas, e os silencios do filme são assustadores. Assim como o barulho da colherzinha na xícara em "Corra", aqui temos o estalido da menina Charlie, que assusta toda vez que surge em cena. O elenco está absolutamente formidável: Toni Colette surpreende nesse universo de filmes de terror, com cenas antológicas, como a do jantar e a da sessão mediúnica. Alex Wolffe também tem momentos brilhantes, com expressões de desespero muito críveis. A menina Milly Shapiro consegue expressar sensações até nos silêncios, que menina incrível. Gabriel Byrne conduz com elegancia seu personagem trágico, e para fechar, Anna Dowd, como Joan, remetendo ao personagem de Ruth Gordon no filme de Polansky. Quem for em busca de um Filme de terror tradicional, com sustos fáceis, vai ficar bastante frustrado. O filme é construído com um ritmo bem lento, pendendo ao dramático, e aí sim, na parte final, acelera o passo e caminha para uma montanha russa de emoções,

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