quinta-feira, 7 de junho de 2018

Comboio de sal e açúcar

"Comboio de Sal e Açucar", de Licinio Azevedo (2016) Adaptação do romance escrito pelo próprio Diretor e roteirista, "Comboio de sal e açúcar" foi o primeiro filme do País a ser indicado a uma vaga para o Oscar de filme estrangeiro. O Cineasta Licinio Azevedo é brasileiro, mas vive em Moçambique há mais de 30 anos, realizando documentários e ficção. ele resolveu filmar a história de um povo em guerra civil: após a independência do País com Portugal, Moçambique rachou em 2 facções revolucionárias, conflito este que matou mais de um milhão de pessoas. O filme acompanha a viagem de um trem, que leva carregamentos de açúcar e pessoas, em busca de um sonho em Malawi. Todos , militares e civis, estão cientes de que podem morrer no caminho: revolucionários os aguardam para saquear o carregamento, já que o açúcar virou moeda cara no País. Misturando uma linguagem documental ao cinema clássico ( enxerguei referencia distante dos planos épicos de Sergio Leone e até mesmo, no tema, ao clássico de John Ford, "No tempo das diligencias", que fala sobre uma diligencia que precisa atravessar uma região repleta de índios), o filme tem sue ponto forte no excelente trabalho dos atores. Um deles, o brasileiro Thiago Justino, foi inclusive preparador de elenco. Fotografia que valoriza o visual decadente de um País que se viu sucumbindo à sua desgraça social e económica, com cores fortes. A cena do parto durante um intenso tiroteio é antológica. O filme fala da guerra física e da guerra interna: uma sociedade machista, que destrata a Mulher e os idosos. Curiosidade para quem for assistir: no plano de abertura, o tema musical me lembrou bastante a trilha de "Psicose", de Hitchcock. O Filme ganhou vários prêmios Internacionais, entre eles, o da Crítica, no prestigiado Festival de Locarno.

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