segunda-feira, 11 de junho de 2018

A excêntrica família de Gaspard

"Gaspard va au mariage", de Antony Cordier (2017) Dedicado à Cineasta e romancista francesa Catherine Breillat, autora especializada em conteúdo erótico, "A excêntrica família de Gaspard" ousa por mostrar cenas de nudez total de homens e mulheres sem qualquer tipo de pudor. As cenas de nudez poderiam ter sido suprimidas do filme, mas apresentá-la é um ato de coragem em tempos onde a caretice assola o mundo das artes. O filme é dividido em 4 capítulos. O 1o capítulo é bem divertido e rende bons momentos de humor. Mas a partir daí, o filme vai se tornando cinza, até obter um tom bastante dramático, de revisão de traumas familiares. Gaspard (Felix Moati) é um jovem que pega um trem para rever sua família, dona de um zoológico. seu pai vai casar de novo, e esse é o motivo dele voltar e passar uns dias com eles. No caminho, o trem tem seu fluxo interrompido: um grupo de ativistas se algemas nos trilhos, e entre eles, está Laura (Laetitia Dosch), que somente entrou para o grupo para poder comer um croissant. Gaspard propõe algo inusitado para Laura: que ela aceite se passar por sua namorada, e assim, ganhar dinheiro. Laura topa, e ao chegar na casa da família, testemunha uma verdadeira lavação de roupa suja de todos ali presentes: o pai que paquera todas, a irmã que se veste com pele de urso e se acha uma ursa, e o irmão todo certinho de Gaspard. Fazendo uma bela analogia entre seres humanos e animais, que se "devoram" metaforicamente, o filme interessa pelo despudor das cenas de nudez, e também, belo trabalho eficiente de todo o elenco, além da excelente fotografia de Nicolas Gaurin. O filme tem um interessante olhar bem autoral, seja através da construção das cenas, ou pelo enquadramento e a luz usada para fotografar paisagem. A cena dos irmãos dançando com luz estroboscópica é muito linda. A trilha sonora eletrônica também é bem pulsante.", de Antony Cordier.

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