terça-feira, 22 de maio de 2018

Paraíso perdido

"Paraíso perdido", de Monique Gardenberg (2018) O passado de Monique como produtora de uma dos maiores Festivais de música no Brasil, com certeza, explica a sua paixão pela musicalidade que emana no seu filme Paraíso perdido". Com um repertório que passeia pela música brega de Valdick Soriano, Marcio Greik, Reginaldo Rossi e até uma versão brasileira de "You're so vain", de Carly Simon, o filme discute as relações familiares da forma mais transgressora possível: lésbicas, gays, trans, menage, vale tudo para poder trazer a mensagem de que toda a forma de amor é possível. E para isso, nem são preciso palavras: podem será través de linguagem de surdo mudo ou através das letras das músicas cantadas na boite que dá nome ao filme. Nesse sentido, o filme se aproxima do cult de John Cameron Mitchell, "Shortbus". Ali, a boite, que também tem o nome do filme, é o ponto de encontro para solitários, desencantados, carentes, frustrados, assassinos, frígidos e toda sorte de traumas humanos. As pessoas cantam, dançam, se beijam, sem se importar com preconceitos que existem da boite pra fora. Nesse bunker emotivo, nossos personagem perambulam num ambiente de encontros e desencontros: Tem o dono da boite, José (Erasmo Carlos), pai de 3 filhos: Teylor (Seu Jorge), que é adotivo; Angelo ( Julio Andrade), pai de Celeste (Julia Konrad); e Eva (Hermila Guedes), que se encontra presa por um crime do passado. Eva é mãe de Imã ( Jaloo, em sua estréia como ator), um ser andrógino que procura descobrir a sua identidade sexual, em conflito se quer ser homem ou mulher. Todos cantam na boite. E ali, vai parar o fio condutor do filme, o policial vivido por Lee Taylor, filho da surda interpretada por Malu Galli. Ah, e ainda tem os namorados de Celeste e Imã, interpretados por Felipe Abib e Humberto Carrão. Como se vê, são muitas as tramas e sub-tramas desse filme ambicioso, mas que trata seus personagens com carinho. Monique dirige bem os seus atores, e a fotografia do Mestre Pedro Farkas ajuda a criar essa atmosfera onírica que o filme precisa. Vixe, faltou contar a sub-trama da presidiária interpretada por Marjorie Estiano, e amante de Eva! Será que vem seriado por aí ?? ( Monique dirigiu o seriado "Ö Paí Ö", que se tornou seriado depois.

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