sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O Sacrifício do cervo sagrado

"The killing of a sacred deer", de Yorgos Lanthimos (2017) Premiado em Cannes 2017 com a Palma de Ouro de melhor roteiro, co-escrito pelo Cineasta grego Yorgos Lanthimos, o filme protagonizado pelos astros Nicole Kidman e Colin Farrell expõe o lado mais negro do ser humano. O cinema de Yorgos Lanthimos não é para qualquer um: uma espécie de Michael Henecke da Grécia, Lanthimos , em seus filmes "Alpes", "Dentes caninos", "O lagosta" traduz o horror da humanidade. Capazes de atos violentos, os personagens de todos os seus filmes matam sem compaixão. Não expressam sentimentos: são frios. Levando ao pé da letra a escola de Robert Bresson, os seus Atores agem como modelos robóticos, proferindo as falas de forma monótono, sem vida. Isso confere aos filmes um tom aterrorizante, angustiante e desesperador. Kidman e Ferrell repetem a dupla que fizeram em "O estranho que nós amamos", de Sophia Coppola, exibido na mesma edição do festival de Cannes. "O sacrifício do cervo sagrado" é um filme com forte simbologia religiosa. Logo de cara, conhecemos Martin (Barry Keoghan, de "Dunkirk"), um adolescente. Ele mantém uma estranha relação com o cardiologista renomado Stephen (Colin Farrell). Tudo leva a crer ser uma relação pedófila. Stephen é casado com Anne (Kidman) e pai de dois filhos, os adolescentes Bob e Kim. Mas a história toma rumos inesperados, tornando a trajetória dos personagens em uma corrente de violência e terror sem fim. Com uma trilha sonora aterrorizante repleta de metais que lembram os acordes de "O iluminado", o filme investe no terror psicológico e no realismo fantástico. Não dá para falar muito para não estragar a surpresa. O que posso dizer é que o filme toma uma dimensão bizarra e tensa. Incrível como um elenco de porte como Farrel e Kidman se expuseram em cenas viscerais. Por outro lado, existe uma cena antológica da Ex-Patricinha de Beverly Hills Alicia Silverstone, como a mãe de Martin, tentando seduzir Stephen. Yorgos faz um Cinema inteligente, adulto e provocador, infelizmente para poucos.

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