domingo, 10 de dezembro de 2017

A ternura

“Tenerazza”, de Gianni Amelio (2017) Adaptação do livro de Lorenzo Marone, “ A ternura” foi dirigido por um dos Cineastas italianos mais premiados da história, realizador de 3 grandes filmes: “ América, sonho de chegar”, “ Ladrão de crianças” e “ A chave de casa”. Com “A ternura”, Amelio também recebeu vários prêmios internacionais. Seus filmes giram em torno de personagens que possuem sonhos e que dura realidade, são destruídos. Relacionamentos familiares, imigração, frustração profissional, caos social e econômico na Europa. O elenco é o grande trunfo desse filme poderoso e bastante dramático. Renato Carpentieri, como o protagonista Lorenzo, as divas Micaela Ramazotti e Giovanna Mezzogiorno e o premiado em Cannes por melhor ator no excelente “ A nossa vida”, Elio Germano. Mas a grande surpresa fica com a participação especial de Greta Sccachi, uma das mais belas e talentosas e atrizes italianas dos anos 80 e 90, agora uma senhora, no papel da mãe de um dos personagens. Lorenzo é um advogado aposentado, viúvo. Pai de dois filhos, eles não se comunicam e possuem um passado tráfico que os afastou. Ao sair do hospital, após um infarte, Lorenzo conhece uma vizinha recém mudada pro seu prédio, Michela. Ela é casada e tem dois filhos. Rabugento, Lorenzo vai se afeiçoando a essa nova família. Mas uma nova tragédia irá mudar os rumos todos. Denso, bem dirigido e elegante na construção de sua tragédia, sem apelar para sentimentalismos, Amelio constrói um belo e duro filme, que fala sobre a frieza e a falta de comunicação entre as gerações dos dias de hoje. Sobram também críticas à imigração na Europa, em uma excelente cena envolvendo o marido de Michela, defendido com brilho por Elio Germano e um imigrante. Obrigatório.

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