terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Mulheres divinas

"Die göttliche Ordnung ", de Petra Volte (2017) Indicado pela Suíça para concorrer ao Oscar 2018, "Mulheres divinas" tem como tema a inclusão do voto das mulheres na Constituição do País no ano de 1971. Diferente de "Selma", sobre o direito do voto dos negros nos Estados Unidos, que trabalha o tema de forma totalmente realista, em "Mulheres divinas", o tom é de fábula. Somente com esse pensamento, poderemos aceitar a rápida transformação de todos os personagens no filme. Uma mistura de "Chocolate, de Lasse Hallstrom, " As sufragistas" e " E agora, para onde vamos?", de Nadine Labaki, que também usa o plot das mulheres fazendo greve de sexo, o filme de Petra Volpe tem todos os elementos para emocionar o grande público. Personagens carismáticas, reviravolta na trama com morte de um personagem amável, lições de moral e a inevitável virada dos personagens. O roteiro de Petra não esconde que ela trabalha com personagens esquemáticos para fazer a historia andar. Aliás, um ponto que me incomodou foi o fato de todos os homens serem uns escroques. mas como eu disse antes, o filme precisa ser visto como uma parábola para aceitarmos isso. Em um vilarejo no interior da Suíça, em 1971, Nora (Marie Leuenberger, excelente) é uma jovem esposa, com dois filhos pequenos e que cuida do seu sogro machista. Dona de casa, Nora aos poucos vai se envolvendo com ideais feministas, e quando decide levar o tema do voto das mulheres `a sério, é esculhambada por toda a vila, inclusive pelas mulheres, que querem a perpetuação do voto masculino. Nora se junta a Vroni, uma viúva que foi a única a votar favorável décadas atrás, e a Graziella, uma italiana divorciada. Eu adoro melodramas e o filme trabalha bem o drama e a comédia. A direção de arte, a fotografia ( de uma mulher, Judith Kaufmann) e a trilha sonora colaboram para dar um tom extremamente agradável `a produção. O elenco também é muito bom, com destaque para Sibylle Brunner, no papel de Vroni, e Maximilian Simonischek, no papel de Hans, marido de Nora. Preparem-se para chorar bastante no desfecho. Em Tribeca, o filme venceu o prêmio do publico e de melhor atriz.

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