segunda-feira, 25 de julho de 2016
Entre idas e vindas
"Entre idas e vindas", de José Eduardo Belmonte (2016)
Me sinto obrigado a começar esse texto falando da extraordinária trilha sonora de Plinio Profeta, que fez uma das mais belas comunhões cinematográficas que já tive o prazer de presenciar no cinema brasileiro: a sua música casa perfeitamente com as imagens e com o conteúdo emotivo do filme, me fazendo como espectador, marionete de sua força dramática.
Fico curioso ao observar que cineastas conhecidos pela visceralidade de suas obras, amoleceram os seus corações para trazer histórias que sugerem um mundo lúdico e contemplativo, tendo a infância como referencia. Cláudio Assis, o eterno " enfant terrible", nos trouxe o recente " Big jato", quase uma versão de " Os incompreendidos", de Truffaut. Belmonte, que já polemizou com muitas de suas obras pelo forte conteúdo erótico e social, surpreende com a fábula familiar " Entre idas e vindas". O filme me lembrou bastante do longa da Netflix " Amizades improváveis / The fundamentals of caring", com Paul Rudd no papel de um pai que precisa se reconectar com o seu filho.
Falar do filme é óbvio demais: é óbvio o comando de Belmonte com o trabalho dos atores, é óbvio o brilhantismo da fotografia de André Lavenere, é óbvio a delicia e a Fofura do roteiro co- escrito por Belmonte e Claudia Jouvin, em cima de ideia do filho do Belmonte. E é mais do que óbvio o lindo trabalho de todo o elenco, capitaneado por Ingrid Guimaraes, Fábio Assunção, Alice Braga, Rosanne Mulholland e Carol Abras. Ah, e a mais que bem vinda performance de João Assunção, filho do Fabio.
O filme é um road movie, e como todo road movie, a estrada é uma metáfora da busca dos personagens por sua verdade interior. As meninas são funcionárias de um telemarketing e nas ferias, resolvem pegar um trailer e seguir pela estrada de Goiânia até São Paulo, para a despedida de solteira de uma delas, Alice Braga. No caminho esbarram com Fábio Assunção e seu filho, com o carro quebrado,e lhes dão carona. Leticia Lima, Bruno Torres e Milhem Cortaz são alguns dos malucos que surgem pelo caminho.
Úmero filme brasileiro do gênero " feel good movie".
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