domingo, 20 de janeiro de 2013
O mestre
"The master", de Paul Thomas Anderson (2012)
Existem cineastas que conseguem mesclar o cinema comercial com o cinema alternativo. Anderson é um dos seus expoentes. Nào raramente, ele vive desagradando espectadores que vão em busca de um simples passatempo, ou alguém que quer sair do cinema discutindo conceitos. Na sessão que eu fui, muitas pessoas saíram durante o filme, outros ao final da projeção, ficaram cuspindo fogo, dizendo ter odiado o filme. Eu gostei muitíssimo, e passei aos quase 150 minutos de projeção boquiaberto com a sublime e extraordinária atuação de Joaquim Phoenix, algo que beira o absurdo. Algumas cenas do filme me fizeram cair o queixo, como na primeira entrevista que o personagem do excelente Philip Seymour Hoffman faz com ele, ou na cena que ele sai detinando tudo na cela de uma prisão. O Oscar ter esnobado o filme, a sua fotografia irrepreensivel ( tem horas no filme que parecia que eu estava vendo um filme realmente de época, por ex, na sessão de fotos do inicio), a direção de arte, o figurino, maquiagem...não consigo entender. Ou os marqueterios do filme nao fizeram o trabalho direito, só pode ter sido. Amy Adams também surpreende, apear da participaçào menor. Que atriz ela se transformou, desde "O vencedor" e " Dúvida" que ela tem arrazado em papéis dramaticos. Nao fosse Daniel Day Lewis no páreo, o Oscar com certeza seria de Phoenix, que já deveria ter ganho a tempos. O filme narra a história de Freddie (Phoenix) , ex-fuzileiro naval que após o fim da 2a guerra, não encontra espaço na sociedade. Bipolar e alcoolatra, ele não consegue se manter em nenhum emprego. Uma noite, ele esbarra com Dood (Hoofman) , que ele descobre ser o pregador de uma nova religião que ele chama de "A causa", baseada nos preceitos da conhecida Cientologia. Porém, Dodd e acusado de charlatão, e Freddie o defende da maneira que pode, através da sua violencia, enquanto Dood procura ajudar Freddie em seus problemas emocionais. Um roteiro muito bom, que faz uma análise sem tomar partido, de cultos que surgem e vão arrebanhando fieis mundo afora. Fiquei muito feliz também de rever Laura Dern, atriz de Veludo azul", que andava sumida. Em vários momentos me lembrei de filmes de Terrence Malick, pelo uso de grandes angulares e da fotografia e câmera etéreas e imagens grandiosas. Um espetaculo arrebatador, pena que muitas pessoas nao consigam enxergar a qualidade do filme, que sim, causa estranheza, mas poxa, vamos sair do óbvio do cinema americano. Ou pelo menos, deixem-se levar pela emocionante entrega de Joaquim Phoenix, que faz da postura corporal e do rosto marcado a sua chegada no pódio dos grandes atores .
Nota: 10
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