domingo, 20 de março de 2011

O sequestro de um herói


" Rapt", de Lucas Belvaux (2009)

Drama do cineasta francês Lucas Belvaux, que em 2002 trouxe uma trilogia interessantíssima,
" Um casal admirável", " A fuga" e " Acordo quebrado", com o mesmo elenco e gêneros distintos. Belvaux tem interesses em trazer novidades a gêneros que ele acha desgastado. Talvez isso explique a realização de " O sequestro de um herói", drama que narra o sequestro de um poderoso empresário. Com uma temáctia mais do que comum a centenas de filmes americanos, Belvaux procura ir na contra-mão da ação e do suspense: ele busca o calvário desse homem, e não o desenrolar das ações policiais.
Stanislas Graff ( Yvan Atall, marido de Charlotte Gainsburg), presidente da maior empresa da França e amigo do Presidente Francês. Prestes a viajar para a China na comitiva do Presidente, Stanislas tem uma vida de rotina. Em 5 minutos de filmes, sabemos quem é o personagem: através de um clip, vemos várias reunioes com homens poderosos, o fascínio de seus empregados, sua relação com a amante, a esposa traída, as duas filhas carinhosas, e a presença onipresente de sua mãe controladora. Um dia, saindo de casa, Stan é sequestrado de forma violenta. Levado até um cativeiro, ele é obrigado a escrever uma carta exigindo 50 milhoes de euros em recompensa, e tem um dedo decepado. A partir desse momento, e da exposição na mídia sobre o seu sequestro, descobrimos quem é o verdadeiro Stan: jogador, amante de várias mulheres, playboy, e que teve parte de sua fortuna perdida em cassinos no mundo inteiro. Sujeito arrogante, ele logo é execrado pela mídia e sua vida então passa por um inferno: perde a presidência da empresa, sua família descobre as suas tarições, e perde a confiança de todos. Apesar disso, sua esposa e a polícia tentam negociar o seu resgate.
O filme é longo (125 minutos), que se arrastam em uma narrativa lenta. Apesar de uma ou outra cena de ação, o filme se concentra no lado dramático da situação, e na devastação física e moral que provoca em todos os envolvidos. O roteiro é interessante, apesar de em determinados momentos quase virar uma lavação de roupa suja em âmbito familiar. A força do filme está em seu elenco, capitaneado por Yvan Atall, que se entrega ao seu complexo personagem. O elenco de apoio tambèm é excelente.
A narrativa é seca e bruta, quase em estilo documental
No mais, o filme deixa em aberto para interpretação do público, o seu desfecho enigmático e abrupto.
Um remake americano está a caminho, a cargo da cineasta dinamarquesa Susanne Bier.

Nota: 7


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