quinta-feira, 29 de dezembro de 2022
Império da Luz
"Empire of light", de Sam Mendes (2022)
Drama escrito e dirigido por Sam Mendes, que pela 1a vez dirige um filme com um roteiro 100% escrito por ele, e novamente fotografado pelo seu parceiro habitual Roger Deakins, que ganhou o Oscar de fotografia com o filme anterior de Mendes, "1917".
"Império da Luz" é antes de mais nada, um filme que celebra o amor à sala de cinema e ao cinema em si. TAnto que no seu desfecho, tem uma cena que lembra bastante 'A rosa púrpura do Cairo", de Woody Allen, que também declarava o seu amor à sétima arte com o filme estrelado por Mia Farrow. No entanto, sam Mendes decide incluir tantos temas no filme, que a história se dilui bastante em inúmeros personagens, capitaneados por Hilary (Olivia Colman). Ela é gerente de um cinema antigo em uma cidade litorânea do Reino Unido nos anos 80 de Margareth Tatcher. Hilary é solitária e anti-social, portadora de esquizofrenia que ela trata com remédios. O gerente do cinema é Donald (Colin Firth), casado mas que obriga Hilary a fazer sexo com ele em seu escritório. Quando Stephan (Micheal Ward), um jovem negro que sonha em estudar arquitetura começa a trabalhar no cinema, Hilary é incumbida de orientá-lo nos serviços. A partir daí, Hilary acaba se envolvendo emocionalmente com Stephen, e passa a parar de tomar remédios. Ao seguir Stephan na rua, Hilary fica chocada com a violência que ele sofre de skinheads por ser negro.
Como falei anteriormente, só o fato de um filme falar sobre cinema e paixão pela sétima arte já é um ótimo tema em si. Mas incluir aí doença mental, racismo, manifestações populares contra o governo Tatcher, assédio moral e sexual, se torna um excesso, e Mendes acaba perdendo o foco sobre a protagonista, que se dilui em muitos assuntos. Mas a performance de Olivia Colman é primorosa, assim como a do elenco que a acompanha, comd estaque para Toby Jones, no papel de um projecionista cinéfilo. A fotografia, a trilha sonora, a direção de arte, figurinos, tudo com alto nível técnico para representar o melhor dos anos 80 da classe média. Um filme melancólico por todos os motivos.
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