quinta-feira, 3 de outubro de 2019
Pausa
"Pausa", de Tonia Mishiali (2018)
Filme de estréia da roteirista e cineasta grega Tonia Mishiali , "Pausa" é uma contração de menopausa, e isso já diz do que o filme se trata.
Elpida ( a excelente Stella Fyrogeni) é uma mulher que chegou aos 50 anos. No início do filme, ela frequenta um ginecologista, que logo lhe dá o veredito: ela entrou na menopausa. Elpida mora com o seu marido, um homem bronco que mal fala com ela. Diante dessa aterrorizante rotina de desamor, Elpida se imagina tendo casos com os homens que atravessam o seu caminho, como o vizinho e o pintor do seu prédio.
Vencedor de diversos prêmios internacionais, "Pausa" reúne todos os clichês do universo de desencanto de uma mulher frustrada com o casamento, já vistos mil vezes em filmes como 'Shirley Valentine", um clássico do gênero. Seu marido ronca, assiste futebol na tv, só quer saber de comer, reclama que a esposa só quer gastar dinheiro com bobagens. Elpida é o supra sumo da mulher reprimida, sem vontade própria, achacada em um mundo machista. Como o filme foi escrito por duas mulheres, a sororidade não podia ficar de fora: uma vizinha viúva que ajuda Elpida no dia a dia e que diz que quando se tornou viúva sua vida ficou melhor.
Me surpreende o filme ter sido escrito por mulheres e dirigido também por uma, pois por durante quase 90 minutos só acompanhamos o sofrimento de Elpida diante de um casamento estúpido. Muito revoltado com esse roteiro e a trajetória da personagem. O filme vale pelo trabalho da atriz protagonista, mas confesso que fiquei irritado o filme inteiro.
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