terça-feira, 22 de outubro de 2019

Maria do Caritó

"Maria do Caritó", de João Paulo Jabur (2019) Adaptação da peça teatral de grande sucesso, escrita pelo pernambucano Newton Moreno e encenada por mais de cinco anos no País, "Maria do Caritó" é protagonizado por Lília Cabral no teatro e no cinema. Filme de estréia do diretor de televisão João Paulo Jabur, o longa traz referências conceituais de sucessos como "O auto da compadecida" e "Cine Roliúdi". Dos dois filmes, ele traz a ingenuidade e inocência dos personagens, que falam errado e com gírias locais do interior de Minas Gerais ( em 'Cine Roliúdi" é o cearencês, aqui é o mineirês). Lília Cabral é Maria do Caritó: uma mulher que mora no interior de Minas, em uma cidade que a considera uma santa: virgem aos 50 anos de idade, prometida por seu pai desde que ela nasceu que ela deveria permanecer virgem, como promessa por ter sobrevivido no parto. Com a mãe morta ao nascer, Maria é educada pelo seu pai para servir à Igreja e aos desejos do Coronel da cidade (Leopoldo Pacheco). Junto de sua amiga Fininha (Kelzy Ecard), Maria quer arrumar um namorado. Ao consultar uma cigana (Larissa Bracher), Maria fica sabendo que o seu amor virá na forma de um artista de circo, o charlatão Anatoli (Gustavo Vaz), da trupe do circo de Teodora (Juliana Carneiro da Cunha). O filme visualmente é bonito, com bela fotografia de André Horta e direção de arte de Sérgio Silveira. Alternando comédia com drama, "Maria do Caritó" quer resgatar um humor ingênuo que há tempos não surgia nas telas. Capitaneada por uma Lília Cabral carismática, comandando uma das cenas mais lindas do filme, quando ela canta um Pout Pourri de canções famosas, o filme conta com um excelente elenco de apoio. O filme traz um número exagerado de planos de drone, que não combinam com o conceito de filme simples e minimalista.

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