terça-feira, 15 de outubro de 2019

Klute- O passado condena

"Klute", de Alan J. Pakula (1971) Uma obra-prima da Nova Hollywood que se desenhava a partir do final dos anos 60, o filme concedeu merecidamente à Jane Fonda o seu primeiro Oscar de melhor atriz. Jane já havia vindo de outra obra-prima, "A noite dos desesperados", de Sidney Pollack, de 1969, filme pelo qual ela havia sido indicada ao Oscar. Ousado e provocativo, o brilhante roteiro de Dave e Andy Lewis, também indicado ao Oscar, mistura gêneros : drama, romance, policial e suspense. Donald Sutherland interpreta o detetive particular Klute, contratado por Peter Cable (Charles Cioffi, magistral) para descobrir o paradeiro de seu colega na empresa Tom Gruneman, desaparecido há cerca de um mês. Todas as pistas o levam até Bree Daniels (Jane Fonda), uma atriz que tenta a sorte em Nova York, mas diante dos sucessivos fracassos, se torna garota de programa. Bree aceita ajudar Klute a descobrir o paradeiro de Gruneman. Logo descobrem que várias prostitutas estão sendo assassinadas, e a suspeita recai sob Gruneman. Alan J. Pakula já realizou vários clássicos do cinema, como "Todos os homens do Presidente", mas aqui em "Klute" ele acerta em cheio no desenvolvimento da narrativa. É um filme sujo, que fala sobre marginais e psicopatas. O mais polêmico é a personagem de Bree, que vai à uma psicóloga para fazer revelações chocantes sobre a sua profissão de atriz: ela confessa que ela gosta de ser garota de programa, pois ali ela pode interpretar vários personagens e dominar a situação, entrando nos desejos dos clientes. A fotografia, do Mestre Gordon Willis, intensifica a aura de suspense do filme, que vai em um crescente de tensão. A cena entre Bree e Peter é um primor de realização e atuação, praticamente em um único plano. Um filme obrigatório e acertadamente, constando do livro "1001 filmes para se assistir antes de morrer".

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