sábado, 10 de agosto de 2019
Light of my life
“Light of my life”, de Casey Affleck (2019)
Longa de estréia do Ator Casey Affleck, que também escreveu o roteiro. Affleck já havia dirigido um documentário em 2010, “I’m still here”, sobre o seu amigo Joaquim Phoenix. Affleck escolheu um tema complexo para o seu debut na ficção: Um filme apocalíptico, onde só existem homens. Há 9 anos atrás, uma pandemia dizimou as mulheres do mundo. Affleck é um pai de uma menina de 11 anos, Rag, a única representante feminina do mundo. Ela tem 11 anos de idade, e o pai ( o personagem do pai não tem nome) quer que ela se comporte como um garoto, vestindo e cortando os cabelos dela como um menino. O pai quer protege-la do mundo, com medo de que os homens a sequestrem e estuprem. Aonde eles vão, se sentem constantemente ameaçados. Até que começam a desconfiar de Rag, que já está em fase de puberdade e passa a questionar o seu lugar no mundo.
Brilhante fábula que reflete os papéis dos homens e mulheres no mundo. Affleck, que foi acusado de assédio sexual, parece querer pedir desculpas às mulheres nessa distópica fantasia, deixando claro a importância do feminino na sociedade. A personagem Rag vai aos poucos questionando a sua transição para menino, e inconformada, decide aceitar o sue papel de mulher, o que assusta o pai, que teme que ela seja eliminada do mundo. O filme , apesar de lidar com o fantástico, tem uma metáfora muito clara por trás de sua história. Casey Affleck foi bastante ousado, não abrindo concessões para que seu filme se tornasse mais comercial. Os elementos aqui são muito semelhantes ao de “A estrada”, suspense com Viggo Mortensen também sobre um pai que quer defender seu filho de um mundo que se torna canibal. Mas em Á estrada”, não há espaço para filosofias, é mais centrada na ação. No filme de Affleck, existem cenas extremamente longas e verborrágicas entre pai e filho ( Atuações brilhantes de Affleck e a menina Anna Pniowsky. Só o prólogo, dos 2 personagens na cama e ele contando uma história de ninar, dura mais de 10 minutos.
Quem busca um filme de ação, passe bem longe. Quem deseja conferir um olhar mais autoral e instigante sobre futuros distópicos, é bem provável que vá gostar do filme, que mesmo assim, se tivesse uns 20 minutos a menos, teria sido bem melhor.
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