domingo, 18 de agosto de 2019

Bacurau

“Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (2019) Escrito e dirigido por Kleber Mendonça e Juliano Dornelles, “Bacurau” faturou no Festival de Cannes 2019 o cobiçado Grande Prêmio do Juri, que equivale a um 2o lugar. O filme pode ser visto como uma parábola sobre os homens de bem e os homens do mal, personificados em: do lado dos mocinhos pelos quais o espectador irá torcer, estão assassinos, prostitutas, lésbicas, trans, negros, idosos, crianças, cordelistas, nordestinos, pobres (faltaram os orientais e índios nesse microcosmo do Brasil, mas tudo bem, entendemos o recado). Na parcela dos malvados, temos os políticos brasileiros, os brasileiros corruptos e os “gringos”, que no melhor estilo “O Albergue”, só querem se divertir matando a população do terceiro mundo, representado na cidade de Bacurau, que fica a Oeste de Pernambuco. Em Bacurau, todos são felizes e vivem em harmonia, que é quebrada com a chegada do político e dos gringos. A partir daí, o filme pega o melhor estilo Sergio Leone de ser, aliado à trasheira B dos filmes italianos Gore de Dario Argento. É sangue, é víscera, é tudo aquilo que a onda vintage dos anos 80 está retornando com força total nas produções de cinema e tv de hoje. Música eletrônica de sintetizadores, fotografia suja, e ode aos filmes de ficção científica de Ed Wood, o drone tem formato daqueles discos voadores de pratos pendurados em cordinhas de nylon. Assim como “Aquarius” e “o Som ao redor”, é impossível não associar o filme ao momento político brasileiro. Crítica feroz, aqui representada na violência extremada que faz o público urrar, resgatando o instinto de proteção que todos temos dentro de nos. Não se pode julgar alguém quando este está para proteger os seus entes queridos. O Destaque no entanto, vai para o elenco brasileiro, em uníssono, fabuloso. Os atores estrangeiros, como estão sob o signo da caricatura, fica mais difícil avaliar.

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