quinta-feira, 1 de agosto de 2019
A última noite de Caire Darling
"La dernière folie de Claire Darling", de Julie Bertuccelli (2018)
A cineasta e roteirista francesa Julie Bertuccelli, que em 2003 lançou o seu primeiro filme, o comovente "Desde que Otar partiu", buscou em Ingmar Bergman e a sua obra-prima "Morangos silvestres"a base para o seu novo filme, "A última noite de Claire Darling". Reunindo na ficção e na vida real a relação mãe e filha, através da dupla Catherine Deneuve e sua filha Chiara Mastroianni, ou Claire e Marie. Assim como no filme de Bergman, uma idosa , Claire, começa a sofrer delírios que a remetem ao seu passado, através de flashbacks que ocorrem pelo olhar dos personagens, rebuscando memórias traumáticas de seu passado, envolvendo uma tragédia familiar e o fantasma eterno da Morte, que cisma em rondar a protagonista. Mesclando realidade e fantasia, Claire imagina estar diante do seu último dia de vida. Por isso, ela abre a sua mansão, onde mora solitária e de onde não sai há 20 anos, para vender todas as relíquias que fazem parte do acervo da casa. Vendendo a preço de banana, esse tumulto acaba atraindo o retorno de sua filha Marie, que saiu de casa há 20 anos, após ter sofrido distanciamento emocional por parte de sua mãe desde a morte do irmão e do pai de Marie.
O filme é ambientado em Verderonne, um pequeno vilarejo francês, e a fotografia faz questão de trazer uma atmosfera de eterno sonho, através dos olhares dos personagens. É um filme que lembra muito "Desde que Otar partiu", por falar de relação silenciosa entre familiares, dando ao ritmo do filme um espaçamento mais largo que filmes tradicionais. As atrizes estão excelentes, e é comovente ver Deneuve e sua filha Chiara em cena, com muita emoção.
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