sábado, 1 de setembro de 2018

O amor não tem sexo

"Prick up your ears", de Stephen Frears (1987) Cinebiografia do dramaturgo e ator inglês Joe Orton, assassinado pelo seu amante Kenneth Halliwell com 9 marteladas. Kenneth Halliwell também era ator e escritor. Ambos se conheceram durante um teste de elenco para a Royal Academy of Dramatic Art, em 1951. Logo depois se tornaram amantes, indo morar juntos. Kenneth escrevia textos, mas eram recusados. Logo Joe Orton passou a escrever peças com forte teor de humor negro e sexualidade. Suas peças "Loot", "O nosso hóspede", O olho azul da falecida", "O que o mordomo viu", entre outras, fizeram muito sucesso, a ponto de Orton ser contactado pelo produtor dos The Beatles para escrever um roteiro para o próximo filme deles. Orton também mantinha uma visa sexual ativa e promíscua. Tanto o sucesso quanto a vida liberal de Orton começavam a incomodar Kenneth, que foi se retraindo cada vez mais, não suportando a pressão, até matar Orton. O filme parece uma versão gay de "Nasce uma estrela", e tem no elenco o seu grande trunfo: Gary Oldman, começando na carreira artística, tinha acabado de protagonizar 'Sid e Nancy", cinebiografia do cantor dos The Sex Pistols. O Diretor Stephen Frears não teve dúvidas em escalá-lo para o seu filme. Alfred Molina, como Kenneth, está assustador. Seu retrato de um psicótico é brilhante. A cena do exercício teatral, aonde ele mata um gato imaginário, é antológica. Vanessa Redgrave, que interpreta a editora de livros Peggy Ramsay, confere dignidade a um personagem importante. A direção de Frears é poderosa, e se apoia no trabalho dos atores para tornar o filme um verdadeiro clássico dos anos 80.

Nenhum comentário:

Postar um comentário