sábado, 15 de setembro de 2018

Rostos cancelados

"Cancelled faces", de Lior Shamriz (2015) O cineasta israelense Lior Shamriz mora em Berlin e em Los Angeles. Seu cinema fala sobre personagens perdidos na imensidão das grandes metrópoles. Foi assim em "Japan, Japan", rodado em Tela Viv, e agora com "Rostos cancelados", rodado em Seul. Seus protagonistas vivem a solidão. a sensação de estarem perdidos dentro de uma sociedade capitalista e consumista. Em "Rostos cancelados", que foi exibido no Festival de Berlin, acompanhamos Unk, um jovem operário que trabalha em uma fábrica e mora com sua mãe. Seu pai foi embora morar nos Estados Unidos. Seu irmão serve o exército. Unk tem poucos amigos, e é solitário. Gay não assumido, uma noite, ao dirigir na rua, atropela Boaz, que apareceu de repente no seu caminho. Entre os 2 surge uma tensão sexual imediata, e eles vão transar. Unk é pobre.. Boaz é rico. Essa diferença social incomoda Unk, mas ele é apaixonado por Boaz. A paixão torna-se doentia, a ponto de Unk perseguir Boaz por suas andanças pelas noites de Seul, sem rumo. O filme é dividido em 2 segmentos: uma é essa sinopse descrita acima. A outra história, acontece como uma programa de tv: um teatro filmado, onde é apresentada a história da queda de Jerusalém há 2 mil anos atrás. A melhor parte do filme é quando narra a história de amor doentio entre Unk e Boaz. A parte do teatro filmado é entediante e pretensiosa, mas no desfecho, acaba servindo como uma metáfora da relação dos 2 rapazes. Belamente fotografado em preto e branco, me fez lembrar o tempo todo, por conta da estilização, dos filmes de Wong Kar Wai. Me lembrei também de "O martírio de Joana D'arc", de Dryer, por conta dos closes e enquadramentos. Um filme sensual, belo, instigante, e com 2 atores muito interessantes. existe um monólogo da mãe de Unk, durante o café da manhã, que também é excelente

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