segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Seu amor ferve a água do banho

"Yu wo wakasuhodo no atsui ai", de Ryôta Nakano (2016) Nossa, chorei cem mil litros assistindo a esse fabuloso drama japonês, indicado pelo Japão para concorrer à uma das vagas dos finalistas ao Oscar de filme estrangeiro em 2018. O filme é representante de um gênero japonês chamado "Hahamono", ou filmes de mães. Assim como "A partida", filme japonês que ganhou o Oscar em 2009, o drama fala sobre morte, desapego, abandono familiar, casa de banhos e redenção. Temas caros ao cinema japonês, que sempre abraçou o melodrama e o sentimentalismo, sem medo de aparentar pieguice. Futaba (Rie Miyazawa) vice com sua filha adolescente Azumi em um bairro classe média de Tokyo. Ela trabalha como vendedora, e possui uma casa de banhos da família, que está desativada desde que seu marido foi embora. Futaba é uma mulher que ajuda a todos, e quer que sua filha saiba lutar com as adversidades da vida, principalmente contra o bullying que ela sofre na escola. Um dia, ao fazer exames, Futaba descobre estar com câncer terminal. Ela decide então que antes de morrer, ela precisa fazer algumas coisas: tornar Azumi uma mulher independente; descobrir o paradeiro de seu ex-marido, para que ele cuide de Azumi; reabrir a casa de banhos; e por último, um segredo que poderá mudar o rumo de sua vida. Lindo, com excelente e delicada direção de Ryota Nakano, o filme atinge níveis de encantamento e melancolia que farão o espectador se debulhar em lágrimas tal a beleza dos diálogos, das imagens e principalmente, do talento de todos os atores envolvidos. É um filme de alma feminina, com protagonistas mulheres cativantes, de várias gerações. O diretor evita a pieguice apresentando um trabalho sutil, e os atores, em pleno estágio de naturalismo. Que beleza as duas atrizes principais, Rie, no papel de Futaba, e Hana Sugisaki, no papel de Azumi. Destaque também para a pequena Aoi Itô, no papel de Ayuki, a outra filha do ex-marido, e Joe Odagiri, no papel de Kazuhiro, o ex-marido, sempre aparentemente apático, mas de uma profunda tristeza interna.

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