sábado, 8 de setembro de 2018

78/52: A cena do chuveiro de Hitchcock

"78/52:Hitchcock's shower scene", de Alexandre O. Philippe (2017) Com o sub-título de "78 planos e 52 cortes que mudaram a História do Cinema", esse documentário é obrigatório para Diretores, Montadores, roteiristas, estudantes de cinema, compositores e cinéfilos. O Documentarista Alexandre O. Philippe analisa passo a passo a realização de uma das cenas mais icônicas da história do cinema, entrevistando Diretores (Peter Bogdanovich, Eli Roth e dezenas de outros), Atores (Jamie Lee Curtis, Elijah Wood, etc), o famoso compositor Danny Elfman, montadores, roteiristas, produtores, críticos de cinema e toda uma sorte de pessoas envolvidas com a Sétima Arte e que falam sobre a genialidade do filme "Psicose" e a sua importância cultural, rompendo com a tradição da velha e ingênua Hollywood. O filme começa com a entrevista da dublê de corpo da atriz Janet Leigh. Marli Renfro, que era coelhinha da Playboy e que foi chamada para uma audição sem nem saber do que se tratava. Ela foi contratada para 3 dias de filmagem, e acabou filmando 7 dias! Outro momento brilhante, e que deixa claro a importância da interpretação de um Cineasta sobre o livro ou roteiro que ele lê, é como que Hitchcock transformou umas pequenas linhas do livro, que não tem absolutamente nenhum impacto em relação à morte da protagonista, e ainda apresenta de cara quem é o assassino. Hitchcock subverteu a escrita e filmou separado a cena do chuveiro, pois queria dar atenção especial para ela, e ainda assim, não apresentou o rosto do assassino. O documentarista filma a cena como descrita no livro, mostrando a cara do assassino, e de fato, a cena virou outra coisa. Hithcock também subverteu o papel do herói e protagonista do filme, ao matar a sua heroína no meio do filme, chocando a todos que o assistiram, sem acreditar. Hith soube manipular sua audiência: contratou uma grande estrela, Janet Leigh, e ninguém poderia sequer imaginar que ela não estaria o filme todo. O filme faz uma tese de que as manifestações estudantis, culturais, etc, influenciaram Hitchcock a fazer um filme em preto e branco, mostrando uma America aterradora, aonde a morte pode acontecer dentro do banheiro da pessoa, pois acreditava-se que o perigo residia lá fora (Comunistas, etc) , mas dentro da casa era tudo dominado. Eu ficaria horas aqui escrevendo sobre esse filme, mas o melhor é assisti-lo várias vezes. É uma verdadeira Aula de Cinema.

Um comentário:

  1. Adoro seu blog e sempre vejo ele pra ver um ou outro filme bom, como esse documentário que verei quando arrumar a legenda. Não leio todas as resenhas sobre os filmes, mas sempre acho um que me anima bastante. Muito obrigado por compartilhar isso com todos nós.

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