quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Dez segundos para vencer

"Dez segundos para vencer", de José Alvarenga Jr (2018) Ambiciosa cinebiografia do pugilista brasileiro Eder Jofre, que vai da década de 50 até os anos 70, começando pela sua infância, sua pós-adolescência e o seu desejo de ser um desenhista até começar a treinar nos ringues e se tornar campeão mundial no ao de 1961, nos Estados Unidos. Depois disso ele se casa com sua esposa Cida, com quem tem filhos, mas a crise conjugal o faz se afastar do boxe. Anos depois, em 1973, ele retorna aos ringues, e novamente, se torna campeão mundial. Mas o filme é mais do que isso: pegando carona na narrativa de "Dois filhos de Francisco', de Breno Silveira, que também é um dos produtores do filme, "Dez segundos para vencer" tem na figura paterna o grande personagem. Através de sua obsessão, de sua perseverança, do desejo de tirar sua família do limbo, da pobreza e de mostrarem ao mundo de que eles são capazes, o filme contrói tudo pelo ponto de vista de Kid Jofre ( Osmar Prado, sensacional). É ele quem carrega o filme, é ele que, com seu método cruel de treinamento, faz o filho se tornar o grande campeão. Mas será que tanto sacrifício valeu a pena? Pelo visto sim. O filme traz a mensagem de que, com muito treinamento, luta, garra e ambição, conseguimos construir a nossa estrada. Mas convenhamos, todos os filmes de lutadores possuem esse mesmo mote. O que se conclui que vencer é uma metáfora de chegar ao topo da pirâmide, sair do anonimato e se tornar alguém visível, de sucesso. O elenco é a grande força do filme. Daniel de Oliveira, Sandra Corveloni ( no papel da mãe), Osmar Prado e Renato Gelli, que faz o tio Silvano, são o destaque. Tanto Osmar quanto Ricardo Gelli ganharam prêmios de interpretação em Gramado 2018, de ator e ator coadjuvante, respectivamente. A direção de arte e a fotografia, de Lula Carvalho, também ajudam a recriar esse universo pobre da família, decadente e ao mesmo tempo onírico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário