sábado, 15 de setembro de 2018

Domingo

“Domingo”, de Fellipe Barbosa e Clara Linhart (2018) Na obra prima de Bunuel, “ O anjo exterminador”, a classe operária abandona a mansão da classe média alta decadente logo no início do filme. Em “ Domingo”, ela abandona no fim. O filme é repleto de referências cinematográficas: “ O pântano”, de Lucrécia Martel, “ Festa de família”, de Thomas Vintemberg e até mesmo “ Casa grande”, do próprio Fellipe Barbosa. Tensão sexual, conflito de classes, decadência moral e econômica, tudo embalado no período político onde O Presidente Lula assume a presidência do Brasil pela primeira vez. O elenco enorme, resulto de rostos conhecidos e outros que são lançamento, inclui dois veteranos que voltam ao cinema: a musa do cinema novo Itala Nandi e Clemente Viscaino, esse representando metaforicamente a direita que teme um esquerdista no governo. Seus diálogos clichês sobre o comunismo que assume o governo reverbera em consequências trágicas. O filme foi exibido em Mostra paralela no Festival de Veneza 2018 com grande sucesso. Para quem ama filmes que falam sobre famílias desajustadas, herdeiros do cinema italiano de Dino Risi e Ettore Scola, vai se divertir com esse retrato louco, sexual e pandemônio bem brasileiro.

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