domingo, 17 de setembro de 2017

Viagem das loucas

"Snatched", de Jonathan Levine (2017) Difícil de acreditar que o mesmo Diretor dos ótimos "50%", com Seth Rogen e Joseph Gordon Levitt e de "meu namorado é um zumbi", tenha realizado esse "Viagem das loucas". O que ele tinha nesses outros filmes, delicadeza, sensibilidade e poesia, aqui se perdeu totalmente. Talvez tenha sido influencia de Amy Schumer, uma comediante popular pelos seus improvisos e boca suja ( algo Tata Werneck), mas a verdade é que esse filme tem um roteiro muito fraco, repleto de estereótipos sobre a America Latina. Incrível também que o roteiro tenha sido escrito por uma mulher, uma vez que o filme está repleto de piadas machistas, e fazendo dos personagens femininos caricaturas dos homens broncos e maus. O que salva o filme é a presença de Goldie Hawn, uma grande comediante, que mesmo com material tão frágil, consegue tirar água de pedra. Amy Schumer tem um tipo de humor que ou você gosta, ou não gosta, pois fica sempre com a mesma expressão o tempo todo. Confesso que consegui rir de umas 3 a 4 piadas sujas, daquelas bem escatológicas ( a do banheiro, dela limpando a vagina, é muito engraçada). Mas esse tipo de humor parece estar com os dias contados, por conta do politicamente correto. Realizadores com os irmãos Farrelly, de "Eu, eu mesmo e Irene" e "Quem quer ficar com Mary" talvez não tenham mais espaço hoje em dia. Amy interpreta Emily, uma loser que no mesmo dia perde o emprego e é abandonada pelo namorado. Ela resolve viajar para o Equador, e como ninguém quer ir com ela, ela decide levar sua mãe, Linda (Goldie Hawn), com quem ela não se comunicava há tempos. As duas acabam sendo sequestradas por traficantes, pedem ajuda no consulado americano ( claro que não dá certo) e acabam se metendo em mil confusões. Até mesmo, matando traficantes! Muitas piadas não funcionam, e o ritmo é bem arrastado. Mesmo assim, o filme fez um certo sucesso nas bilheterias americanas. Gosto muito da Goldie Hawn, e espero que ela volte em uma comedia que valorize seu humor maravilhoso. A excelente Joan Cusack faz um papel aqui bobo, totalmente desperdiçada.

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