sábado, 10 de junho de 2017

Poesia sem fim

"Poesia sem fim", de Alejandro Jodorowsky (2016) Lançado em Cannes na Quinzena dos Realizadores em 2016, "Poesia sem fim" foi quase todo financiado em um Crowdfunding bancado por 10 mil seguidores do cineasta chileno Jodorowsky, um dos mais ousados e polêmicos cineastas do mundo, autor de "A montanha sagrada" e "El topo", clássicos dos anos 70 e cultuados no mundo inteiro. O filme é uma continuação de seu filme anterior, "A dança da realidade", lançado em 2013. Ambos fazem parte de um projeto ambicioso de Jodorowsky, de narrar a sua cinebiografia em 5 partes. "A dança.." vai até a sua adolescência, na cidade de Tocopilla. "Poesia sem fim" segue o trajeto do cineasta, quando sua familia se muda para Santiago, Já adulto, Jodorowsky enfrenta a fúria de seu pai conservador, que não quer que ele seja um poeta, e sim, um médico. Jodorowsky foge de casa, vai conviver com artistas boêmios de Santiago e enfrenta as primeiras experiências com sexo, política e amizades. O filme termina com a sua partida para Paris, e com uma despedida fictícia de Jodorowsky e seu pai, um exorcismo de um passado que o cineasta precisava expor. Assim como no filme anterior, a parte técnica é um brinde ao espectador. Mesclando uma linguagem teatral ao cinematográfico, o filme encanta com a sua poesia e o seu olhar surrealista sobre a vida. Menos encantador que "A dança da realidade", o filme tem ousadas cenas de sexo e nudez. Tanto pai e filho são representados pelos filhos de Jodorowsky. Visualmente, o filme é um esplendor carnavalesco, com muitas cores e brilhos. Para fãs cinéfilos do cineasta, é um verdadeiro presente essa reminiscência de um "Amarcord". A fotografia agora ficou por conta de Christopher Doyle, fotografo habituee de Wong Kar Wai.

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