sexta-feira, 9 de junho de 2017

As massagistas profissionais

"As massagistas profissionais", de Carlo Mossy (1976) Clássico da pornochanchada brasileira, realizado em 1976. Revisto nos dias de engajamento social e do politicamente correto, esse filme não poderia ter sido realizado atualmente. Bullying contra obesos, discriminação racial ( orientais e negros), estereótipo do homossexual, abuso sexual contra empregadas domésticas, mulheres vistas como objeto de desejo. glamourização da malandragem. Esse filme só pode ser apreciado se esquecermos tudo isso e nos transportarmos para uma época onde tudo era permissivo. A bem da verdade, o filme tem um humor bastante ingênuo, quase "Os Trapalhões". Muitas gags infantis, besteirol. Obviamente, que tudo acrescentado de mulheres com seios de fora, homens de cueca e muita picardia, e uma visão sobre o sexo livre que nos faz pensar que o mundo já foi muito mais ousado em termos de comportamento. O filme se passa no Rio de Janeiro. O cenário principal é uma casa de massagens, "As Mãos de puro". Seu dono, o Dr Jacinto Bochart, e seu fiel assistente, o gay Florzinha, demitem 2 massagistas. em seu lugar, contratam 2 caipiras do interior de Minas, famosas por ordenhar vacas. O que eles não imaginavam, é que as duas mocas são virgens e fora dos padrões de beleza. Virgem (Wilza Carla) é obesa, e Berta (Tutu Guimarães) é acanhada. Paralelo, temos a história de Dudu, um malandro carioca boa pinta que dá em cima de todas as mulheres que surgem no seu caminho. No elenco de apoio, temos Moacyr Deriquém e Licia Magna, que já eram atores na Globo. Carlos Mossy, na época, já era um famoso ator e diretor de pornochanchadas, e com "As massagistas profissionais", ele obteve mais um grande sucesso de público. Tecnicamente, o filme é bem franco e tosco. As atuações são caricatas, condizentes com o gênero, e é tudo tao over, que acaba ficando involutariamente engraçado. O que dizer das perucas nos personagens de Jacinto e Florzinha, totalmente fakes ( nos créditos finais, vemos que houve apoio das perucas Fizzpan). Alieas no filme todo, muitos merchandisings circulam. Curioso como que na época, os anunciantes não tinham preconceito embotar seus produtos em pornochanchadas. O filme vale como um grande documento histórico da cidade do Rio de Janeiro na época, além de mostrar os costumes.

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