domingo, 18 de setembro de 2016
Theo e Hugo: Paris 05:59
"Theo e Hugodans le même bateau", de Olivier Ducastel e Jacques Martineau (2016)
Dirigido e escrito pela dupla de realizadores franceses, "Theo e Hugo" já começa em altíssima provocação: 17 minutos de sexo explícito. Os protagonistas Theo e Hugo são duas figuras solitárias que se conhecem em um clube de orgia gay em Paris. No meio de muito sexo entre homens ( os atores foram todos selecionados através de post no Facebook, deixando claro o conteúdo explícito do filme), eles percebem que estão sentindo algo além do que apenas sexo. Theo e Hugo resolvem sair do clube e perambular pelas ruas de Paris. Porém, um deles revela ser soropositivo, o que irá causar um desconforto e insegurança muito rande no outro parceiro.
O filme é uma clara referência à obra=prima de Agnes Varda, "Cleo de 5 às 7". O filme acontece em tempo real, que vai de 4:27 a 5:59 da manhã. Assim como Cleo, que passa o filme todo aguardando angustiada o resultado de um exame onde ela acreditarser portadora de um câncer terminal, "Theo e Hugo" os personagens se encaminham até um posto méico de madrugada, para fazer um exame de HIV.
O filme tem uma narrativa quase documental ( toda a parte do hospital foi filmada com profissionais médicos reais) e o espectador acompamha a epopéia do casal de protagonistas como se estivesse do lado deles, testemunhando cada segundo de tudo o que estão fazendo. Por conta da natureza da narrativa do filme, é inevitável que lá pelo meio exista uma enorme barriga, tornando a narrativa menos interessante. É muita conversa jogada fora. Tanto que o primeiro ato, que vai até o hospital, e o último ato, são os melhores. O trabalho dos atores é visceral: além de fazerem sexo real, eles vivem com muita verdade a angústia dos personagens. Geoffrey Couët e François Nambot merecem aplausos pela performance crua, tanto que ganharam um prêmio pela interpretaçao no Festival Filmout. Além desse prêmio, o filme ganhou muitos outros, incluindo o de Melhor filme do público no Festival de Berlin, levando o Teddy bear.
Deve ter sido muito dificil filmar o longa quase todo em externa noturna nas ruas de Paris, em esquema baixo orçamento, incluisve para iluminar as ruas.
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Amei o filme.
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