quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

No coração do mar

"In the heart of the sea", de Ron Howard (2015) Baseado no encontro do escritor Herman Melville com o sobrevivente de um naufrágio em alto mar provocado pelo ataque de uma imensa baleia branca, "No coração do mar" é um misto de drama e filme de ação e aventura. Herman Melville, que viria a escrever "Moby Dick" em 1850, teve uma longa conversa com Thomas Nickerson ( nome fictício), que a contra-gosto, torturado pelas lembranças amargas, relembra o fato que aconteceu a 30 anos atrás em sua vida: ex-marinheiro, ele acompanhou uma expedição de caça às baleias. A gordura da baleia era o combustível para alimentar as lamparinas e maquinário e por isso muitas embarcações iam no alto mar para caça-las. Nesse barco, estão o Capitão George Pollard e o primeiro assistente, Owen ( Chris Hemsworth). De temperamento forte, os dois vivem à turras. Até que, por ganância, o Capitão resolve adentar o mar e acaba dando de cara com uma baleia enorme. Ela derruba a embarcação e os homens ficam à deriva ao mar, tentando sobreviver. Diferente do clássico de John Houston, focado na obsessão do Capitão com a baleia, aqui o foco é na sobrevivência dos homens após o acidente. A baleia vira uma metáfora sobre o limite do homem, até onde ele deve ir para conseguir um objetivo na vida. De quebra, o filme ainda traz uma mensagem humanista sobre a matança de animais. O grande trunfo do filme, mais do que nunca, é técnico. Efeitos especiais soberbos ( as cenas do ataque da baleia são sensacionais), trilha sonora instigante e belíssima fotografia de Anthony Dod Mantle, fotógrafo preferido de Danny Boyle. A maquiagem pesa um pouco, e já na fase final da sobrevivência ficou bem esquisita. O elenco está bem, mas faltou aqui na narrativa o coração e alma dos personagens. Assisti ao filme meio que sme tesão, friamente. Pegando o título emprestado de "Heart of darkness", de Joseph Conrad ( livro que gerou o filme "Apocalipse now", e que também fala sobre homens insanos, Ron Howard ficou devendo a excelência de seu filme anterior, o brilhante "Rush". Nota: 6

Um comentário:

  1. A verdade é que eu gosto do início ao fim. Em suma, "In the heart of the se " é um espetáculo visual muito interessante que recebe cenas específicas com força suficiente. Além disso, o filme também adiciona duas reflexões interessantes: em primeiro lugar, com Melville como eixo sobre o ato de escrever, sobre o medo de nossa própria incapacidade ea luta interna entre revelando e inventar, entre a transmissão da verdade e da captura da essência; ea segunda, sobre os interesses comerciais eternas e a tirania do dinheiro.

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