domingo, 6 de dezembro de 2015

Domésticas, o Filme

"Domésticas, o filme", de Fernando Meirelles e Nando Olival. O filme é de 2001, mas assistir a ele tantos anos depois de sua realização, traz um pensamento muito curioso. Impossível não assistir e não pensar que ele é um embrião de filmes importantes e premiados como "Cidade de Deus", do próprio Fernando Meirelles, e "Que horas ela volta?", de Anna Muylaerte. Primeiro filme da produtora )2 e estréia na direção de Meirelles, 'Domésticas" é uma comédia dramática, mas com um forte conteúdo social por trás do humor. Na verdade, esse humor vem camuflado por um retrato triste e melancólico da vida de várias empregadas domésticas, que moram na periferia, lutam pelo seu dia a dia, tendo em sua rotina traços de violência, que hora vem através de um assalto no ônibus, ou através de picaretas que roubam as coisas de uma casa e colocam a culpa na empregada. O filme é todo pelo ponto de vista das empregadas, a gente em momento algum vê a patroa. Aliás, além das empregadas vemos também os subalternos: o porteiro, o faxineiro, etc. Cinematograficamente, o filme investe em visuais distintos: ora filme de arte, ora popular, ora documental. Nessa salada de conceitos estéticos, o que salta aos olhos é o excelente trabalho de todas as atrizes do filme. Alternando momentos de comédia mais pura com o drama, o filem comove com performances brilhantes. O que pode incomodar algusn espectadores é esse retrato de que toda empregada precisa falar errado e ter um vocabulário chulo e vazio. E mais, serem burras e analfabetas. Mas aí é o olhar do filme de certa forma encantador e ingênuo sobre elas. E se o espectador aceitar esse ponto de vista, vai se deliciar e se comover.

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