quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A garota dinamarquesa

"The Danish girl", de Tom Hooper (2015) Adaptação do livro de David Ebershoff, que narra a história real da primeira Transsexual operada notificada na história. Lili Elber acabou morrendo de complicações decorrentes da cirurgia, ainda inovadora para os anos 20, mas foi categórica que queria ser uma mulher por completo, ficando obcecada por essa questão. Lili Elber na verdade era o alter ego feminino de Einar Wegener (Eddie Redmayne), um pintor de paisagens casado com a pintora Gerda Wegener (Alicia Vikander), que por sua vez pintava figuras humanas. Quando uma de suas modelos falta ao serviço, Gerda solicita ao seu marido para que vista uma figurino feminino para servir de modelo. A partir daí, deflagra em Einar um processo psicológico que j;a hibernava dentro dele desde criança: a necessidade de dar vida a sua porção feminina. No início Gerda se diverte e ajuda seu marido a se travestir e criar a persona de Lili, mas quando entende que a necessidade de ser uma mulher é real, Gerda teme perder o marido. Ao mesmo tempo, "Lili" vai aflorando o seu lado feminino e sente-se atraída por homens, mas para tal, precisa se livrar de sua genitália, o grande empecilho para a sua total realização. Tom Hooper j;a provou ser um grande cineasta com "O discurso do Rei"e "Os miseráveis", mas aqui ele pesa na mão do drama e o filme tende a um grande novelão. Dois grandes atores, Matthias Schoenaerts e Ben Wishaw, estão sem vibração e parecem estar no piloto automático. Alicia Vikander é ótima atriz ( ela parece muito com a brasileira Nanda Costa)mas a personagem carece de um carisma maior. Cabe a Eddie Redmayne colocar o filme no patamar merecido de um bom filme, mas eu mesmo confesso ter esperado um pouco mais de sua performance. ele passa quase toda a sua porção feminina distribuindo sorrisos e olhares, e o grande conflito da personagem me pareceu vazio. O filme acabou ficando belo na forma e conteúdo, com lindas locações em Copenhague e Paris, bela fotografia, maquiagem, figurino e direção de arte. Mas a alma, essa realmente ficou devendo. O filme concorreu em Veneza 2015. Nota: 6

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