segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Os inocentes

"The innocents", de Jack Clayton (2961) O cineasta inglês Jack Clayton ficou famoso por ter dirigido a versão de 1974 de "O grande Gatsby", que se tornou um dos maiores fracassos da história do cinema. O que poucos lembram, é que ele foi responsável por 2 grandes obras di suspense psicológico, ambos envolvendo crianças: "Os inocentes" e "Todas as noite às 9". Com "Os inocentes", de 1961, Clayton concorreu à Palma de Ouro. O roteiro foi co-escrito por Truman Capote, baseado no livro "A volta do parafuso", de Henry James, escrito em 1898. O filme tem grande influência da psicanálise desenvolvida por Freud na época, e isso se revela em temas encontrados na história, alguns ligados à questão da sexualidade, outros por demência. Belissimamente fotografado em preto e branco por Freddie Francis, e com uma trilha sonora assmbrosa de Georges Auric, o filme trabalha o drama com tintas de supense sobrenatural e psicológico. O filme brinca com o espectador o tempo todo: o que vemos é real ou não? Deborah Kerr é Miss Giddens, governanta contratada para cuidar de 2 crianças em uma mansão. Aos poucos, ela vai descobrindo segredos horríveis de ex-empregados, e a possibilidade da casa estar assombrada e as crianças, possuídas. Magistralmente dirigida por Clayton, que provoca atmosfera assustadora somente se utilizando de fotografia, sons e silêncio, o filme tem um trabalho excelente de direção de atores. Deborah está deliciosamente teatral, divergindo da atuação "adulta" das crianças, que agem como pequenos demônios que flertam com o perigo o tempo todo. O filme "Os outros" obviamente se baseou em "Os inocentes", tanto em termos de história quanto de clima. O filme deixa o espectador tão confuso no final, que um filme foi realizado 10 anos depois, com Marlon Brando e dirigido por Michael Winner, fazendo um "prequel" de "Os inocentes" e dando a sua versão dos fatos. Scorcese considera esse um dos filmes mais assustadores da história do cinema. Muitos filmes copiaram seu estilo anos depois. Nota: 9

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