domingo, 13 de setembro de 2015

No porão

"Im keller", de Ulrich Seidl (2014) O Cineasta austríaco Ulrich Seidl é responsável pela trilogia mais sádica, sexual e pervertida de toda a história do cinema: "Paraíso Fé", Paraíso Amor" e "Paraíso Esperança". Agora com esse documentário exibido no Festival de Veneza, "No porão", Ulrich Seidl faz o que o cineasta Eduardo Coutinho, em "Edifíco Master" não fez: abrir as portas do porão e explorar o lado mais sombrio, fetichista e doentio do ser humano. Esperem todos os tipos de loucuras e taras, e no final a gente se pega pensando: Quem são os loucos, nós ou eles? Quem somos nós para julgar os outros? Coletando depoimento e situações as mais decadentes possíveis, Ulrich Seild quer mostrar o que os austríacos fazem no porão, um ambiente da casa desconhecido aqui no Brasil, pela sua total ausência nas residências. Normalmente nos filmes de ficção, o porão é usado como um depósito. Mas em filmes de terror e de suspense, é o local certo para aprisionar suas vítimas e fazer com elas coisas que até Deus duvida. Pois é esse o local aberto ao público visto aqui no filme: temos adoradores de tiros; criadores de cobras; uma mulher canrente que trata sua boeca como se fosse sua filha; uma prostituta gorda que serva de fetiche para um cliente criativo; uma mulher que se descobre masoquista; um escravo do sexo que faz tudo o que sua patroa pede, inclusive limpar a banheira com a língua; jovens roqueiros; um casal idoso que guarda mobília caríssima. Cada um com sua loucura, filmada com a linguagem narrativa que Ulrich adora: planos fixos, pessoas posando para a câmera, um total desapego da emoção. O filme é estritamente proibido para pessoas sensíveis. A não ser que você ache normal uma mulher pendurar um homem pelo seu testículo e ambos sentirem prazer com isso. Nota: 7

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