sábado, 15 de agosto de 2015

Obra

"Obra", de Gregório Graziosi (2014) A primeira vista, parece um filme pernambucano. Mas não é. O cineasta paulista Gregorio Graziosi estréia no longa após bem sucedidos curtas. Ele investe em um drama com toques psicológicos, beirando o suspense as vezes. Em belíssimo preto e branco, lembra os filmes de Polansky de início de carreira, como " Repulsa ao sexo". Focado no protagonista interpretado pelo onipresente Irandhir Santos ( só em 2015 já o vi em "A luneta do tempo", " Permanência", " A história da eternidade" e agora em " Obra") que interpreta um professor de arquitetura que nasceu em uma família da aristocracia paulistana dona de construtura. Sua esposa americana está grávida, e ele vive uma vida de excessos ( trai a esposa com encontros furtivos a noite) . Porém um dia, um mestre de obras ( Julio Andrade) de um terreno de sua família descobre a ossada de 12 cadáveres. O personagem de Irandhir ao mesmo tempo, passa a sofrer de dores de hérnia na coluna. Ele busca encontrar a resposta para o mistério dos cadáveres. O filme promete logo de cara, mas incrivelmente, em pouco tempo ele já dá sinais de desgaste narrativo. O ritmo extremamente lento provoca um tédio intensificado por um roteiro que provoca e instiga mas que nunca se complementa. Todas as questões ficam em aberto. Os diálogos também soam como frases feitas, as falas da esposa exaltando as belezas da arquitetura paulistana são muito falsas. As atuações também incomodam, uma vez que o diretor optou em colocar todos os seus personagens em estado letárgico. O que realmente prende a atenção do espectador são os belos enquadramentos e fotografia.

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