terça-feira, 28 de outubro de 2014
Prisão de cristal
"Tras el cristal", de Agustí Villaronga (1986)
O Cineasta catalão Agustí Villaronga realizou 2 dos filmes mais desconcertantes da filmografia espanholas. "O mar", e esse "Prisão de cristal", têm como tema a pedofilia, homossexualismo, fetiches, morte, sexo doentio. Cults, tanto um como outro são filmes raros e que poucos conhecem. E tampouco é para qualquer um: sujos, doentios, perversos, o espectador exigirá de si muita complacência com temas e cenas espinhosos.
Um oficial nazista, Klaus, faz experimentos com garotos, incluindo tortura física, violência sexual e posterior assassinato. Sentindo-se culpado pelos seus atos, ele tenta o suicídio, se jogando do alto de uma torre. Mas sobrevive, e fica paralizado e respirando dentro de uma cuba, com pulmão artificial. Casado com uma mulher dominadora (Marisa Paredes) e com uma filha pequena, Klaus recebe atendimento de um enfermeiro jovem, que mais tarde ele descobre ser uma de suas vítimas. Angelo, o carrasco, tortura Klaus da mesma forma que ele o torturava. E mais: ele assume o papel de Klaus, sequestrando meninos , violando-os e matando-os na frente de Klaus.
Com uma história espinhosa como essa, não dá para indicar o filme para ninguém. Mas quem curte um filme pesado, underground, sem moral alguma, sem culpa e sem julgar valores, irá se interessar. Filme corajoso, louco, com um elenco sujeito à loucuras e demandas do diretor. Marisa Paredes deve ter estranhado fazer parte do filme. Lento, longo, mas sempre instigante.
Nota: 7
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