quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Solteirão


" Greenberg", de Noah Baumbach (2010)

"Greenberg", de Noah Baumbach (2010) Comédia dramática do mesmo cineasta de " A lula e a baleia" ( filme que eu adoro). Noah é um cineasta independente americano, que tem como mote principal as relações amorosas, quase sempre frustantes e mal resolvidas.
O filme narra a história de Roger Greenberg. Ele mora em Nova Yorque, mas vai passar umas semanas na casa de seu irmão bem-sucedido, que mora em Los Angeles. Seu irmão vai com a família para o Vietnã, e deixa sua enorme casa e cachorro aos cuidados de Roger (Ben Stiller). Ben acabou de sair de uma clínica psiquiátrica. Ele tem problemas de bipolaridade, e é maníaco depressivo, afastando todas as amizades e relacionamentos. Ele se reencontra com sua ex (Jennifer Jason Leigh) e com um amigo de longa data, o músico Ivan (Rhys Ifans). Descobre porém, que seu irmão tem uma assistente pessoal, Florence ( Greta Gerwig), que cuida da casa e do cachorro. Ele fica encantado com a moça, mas ela também tem problemas de relacionamentos. Frustada após o término de um affair de longa data, Florence busca sexo casual, temendo se envolver com alguém. Juntos, os dois mantém uma relação baseada em angústia e tensão. De um lado, Roger, que não consegue se envolver com ninguém sem pelo menos machucar moralmente a pessoa. Do outro, Florence, que se bloqueou para qualquer possibilidade de namoro.
Após assistir ao filme, fiquei na dúvida se gostei ou não. Arrastado, tedioso, assim como os seus personagens. O roteiro lembra muito os filmes de Woody Allen, porém os diálogos são menos inspirados. A diferença do personagem de Ben Stiller com qualquer personagem de Woody Allen, é que aqui, você não consegue sentir nenhuma simpatia por ele. Ele é chato, maçante, irritante. Não existe um mínimo de simpatia, e é o tipo do cara que você quer longe de sua vida. Ben Stiller conseguiu dar vida a um tipo muito complexo e difícil.
Mas a grande revelação para mim, é a atriz Greta Gerwig. Eu não conhecia o seu trabalho, e fiquei encantado com sua beleza e talento. Ela é um misto de Chloe Sevigny e Kate Winslet. Seu personagem é de difícil composição também: a jovem workaholick, dedicada ao trabalho, mas um desastre nas relações amorosas. Chega a dar pena. É um trunfo de melancolia ambulante.
A trilha sonora é ótima, dando o clima necessário para as tintas depressivas da história.
Tarantino indicou esse filme como um dos 10 melhores de 2010. Acho que não merecia constar nem entre os 50. Não é um filme memorável, apenas um veículo para o talento de Stiller, que aqui demonstra ser bom também em tipos mais sérios.
Curiosidade: a atriz Jennifer Jason Leigh produziu, atuou e é uma das co-autoras do roteiro.

Nota: 6


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