" 20 Sigarettes", de Aureliano Amadei (2010)
Drama italiano, autobiográfico, sobre as experiência do cineasta Aureliano Amadei durante a Guerra do Iraque em 2003.
Amadei é contratado para ser assistente de direção em um filme a ser rodado no Iraque. Ele larga a sua vida em Roma
(namorada, pais) , o conforto e alegria dos amigos, em uma empreitada que ele entende como pacífica. As informações que ele recebeu antes de viajar é que a Guerra estava sobre controle, daí a pouca preocupação dele em fazer tal arriscada viagem. Ao chegar lá, de imediato Amadei percebe que o que contaram a ele não procede. Eles são recebidos a balas antes de chegar ao acampamento italiano. Amadei passa a noite no acampamento. De espírito alegre e livre, Amadei é a alegria de todos. No dia seguinte, ele sai com Rolla, o cineasta, até uma região militar, acompanhado de escolta. Ao chegar lá, eles sofrem um atentado de um carro-bomba. Amadei é o único sobrevivente. A partir daí, o filme mostra o seu suplício na base militar. Seu caso é grave, podendo perder o pé. Finalmente, Amadei é transferido para Roma, sendo recebido com honras, por políticos e por jornalistas. Porém, a alegria de Amadei se foi, e ele se torna uma pessoa traumatizada e frustrada pelos horrores da guerra.
O filme recebeu um prêmio especial no Festival de Veneza 2010, o Contracampo italiano. por seus méritos humanitários.
Tecnicamente bom ( fotografia, edição), o filme peca ao misturar gêneros: comédia, drama de guerra, melodrama piegas. Nenhum desses itens funciona a contento. Como temática, é válido, apesar do tema já ser batido: a guerra trazendo o fantasma na mente de quem esteve lá. Inclusive, na cena do atentado, fiquei muito incomodado: a cena inteira é vista pelo ponto de vista da câmera de Amadei. Mas como assim, quase morto, ferido, Amadei ainda consegue enquadrar tudo o que está vendo? Achei muita forçação de barra. Algumas outras cenas beiram a pieguice, como a do menino iraquiano morto sendo jogada junto ao seu corpo, na carroceria do caminhão.
Mas o que mais me incomodou foi o longo processo de recuperação hospitalar de Amadei, que dura toda a terça parte final. É muito sadismo do cineasta focar em close o tempo todo as feridas no corpo de Amadei, desnecessariamente. Me pareceu que o cineasta quiz que o espectador testemunhasse todos os horrores que ele sofreu na pele, ao estar lá, em loco.
Um ponto positivo é a interpretação de Vinicio Marchioni, dando vida ao alter ego do cineasta.
Nota: 6
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