domingo, 27 de fevereiro de 2011

Bruna Surfistinha


de Marcus Baldini (2011)

Drama baseado no livro " Doce veneno do escorpião", escrito por Raquel Pacheco, mais conhecida pela alcunha de Bruna Surfistinha.
O livro vendeu mais de 250 mil exemplares, e foi traduzido para mais de 15 países.
O filme acompanha a trajetória de Raquel, jovem adotada por uma família classe média, mas que se cansa de sua vida sem objetividades, e acaba fugindo de casa, indo trabalhar num puteiro administrado por uma cafetina (Drica Moraes). Lá, ela conhece outras putas ( Fabiula Nascimento, Cristina Lago...), com quem ela travará amizades e inimizades. Disputando a clientela da casa, ela logo é mal vista pelas outras meninas, que não gostam nada do sucesso dela. Raquel muda seu nome para Bruna. Ela no início não leva muito jeito, mas logo vai se soltando e agradando uma enorme clientela, com destaque para Huldson (Cassio Gabus Mendes), que encontra em Bruna um amor que ela evita.
Bruna acaba sendo expulsa da casa, acusada de consumir cocaína, e monta o seu próprio negócio, se anunciando em um blog chamado " Bruna Surfistinha", de enorme sucesso. Mas logo ela se deixa envolver com drogas e falsas amizades, e vai da glória ao inferno.
A grande força desse filme reside na interpretação dos atores. Debora Secco defende com garra o difícil papel de Bruna, alternando momentos de inocência, ingenuidade e permissividade. Difícil encontrar uma atriz com a projeção que ela tem na mídia, se expôr de forma tão radical como o que ela faz no filme, mesmo que nenhuma cena seja explícita. O porém é que acho que ela já esteja velha para o personagem. Faltou frescor. Na primeira parte do filme, quando a personagem está na fase adolescente, Debora aparenta mais idade. Ela destôa dos outros jovens na escola. Drica Moraes e Fabiula Nascimento estão ótimas, fazendo parte da porção cômica da história. Destaques também paa Cassio Gabus Mendes e Juliano Cazarré. Aliás, o roteiro administra bem os gêneros drama e comédia. Algumas beiram até mesmo o pastelão (vide a cena do salão de beleza).
A fotografia de Marcelo Corpanni é bonita, e a trilha sonora contém pérolas pops nacionais e internacionais.
O que acho que faltou ao filme foi mais ousadia, em se tratando da personagem que é. Ficou um filme correto, porém sem a deliciosa malícia . Ficou uma narrativa fria. Li críticas o comparando a " Cristiane F" , mas ele não chega tão próximo a decadência física e moral da protagonista alemã.
Mas é um filme que vale a pena ser visto.

Nota: 7

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