sábado, 11 de maio de 2019

Varda por Agnès

“Varda pour Agnes”, de Agnès Varda e Didier Rouget (2019) Lançado no Festival de Berlim em 2019 pela própria, que viria a falecer um mês depois de câncer, aos 90 anos de idade, “Varda por Agnès” é originalmente um documentário realizado em duas partes para a tv, e condensada em formato filme para ser exibido nos cinemas. O filme poderia ser considerado um complemente de seu filme “ As praias de Agnès”, que assim como esse, fala de seus filmes, memória, relação com seu Marido Jacques Demy, seu período morando em Los Angeles, as suas instalações artísticas e sua outra grande paixão, a fotografia. Desde seu primeiro filme, o curta “La pointe courte”, considerado o precursor do movimento Nouvelle Vague, até seus grandes clássicos “ Cleo de 5 as 7” ou “ As duas faces da felicidade”, Agnès sempre instigou seu público com uma linguagem inovadora que unia ficção e documentário, recortados por uma montagem revolucionária. O filme é em formato Master Class: Agnès sentada na cadeira de Diretora em um palco de teatro, de frente para uma plateia lotada de jovens curiosos e aficcionados. Em determinado momento, ela pergunta para a plateia quem assistiu a “ Cleo de 5 as 7”: vemos uns poucos braços levantados. Talvez seja por esse pouco interesse da juventude por filmes antigos e clássicos que faz com que Agnès constantemente faça filmes sobre a memória. Uma tristeza ver que as gerações, não só no Brasil,mas no mundo inteiro, tem um descaso enorme com a sua história cultural.

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