domingo, 26 de agosto de 2018

Mater

"Mater", de Pablo D'Alo Abba (2017) Adaptação cinematográfica da peça teatral do dramaturgo argentino Claudio Tolcachir, "O vento num violino", "Mater" é uma produção independente argentina, que se utiliza de personagens marginais para falar de maternidade e paternidade. Celeste e Lena são um casal de lésbicas, que alimentam o sonho de terem um filho. A mãe de Celeste, Dora, trabalha como diarista na casa de Dario, jovem de classe média alta, que mora com a sua mãe possessiva. Mecha. Dario estuda, mas tem sérios problemas de auto estima e motivação. Sua mãe tenta desesperadamente fazer com que Dario tome um rumo na vida, sempre sem sucesso. O caminho de Dario cruza com o de Lena e Celeste: elas o obrigam a engravidar Celeste, ameaçando-o com uma faca. Mas o inesperado acontece: com o nascimento da criança, Dario quer assumir a paternidade. O roteiro da peça daria um ótimo exemplar de novela mexicana. Com uma trama mirabolante, o filme funcionaria muito melhor nas mãos de Almodovar. Mas o cineasta Pablo D'Alo Abba levou o filme a sério, e a receita não funcionou. Tem horas que a gente quer rir, mas aí percebe que não era para ser engraçado. E isso permeia toda a trama, uma vez que Mecha, a mãe de Dario, parece saída dos filmes de Almodovar, por conta de sua performance e sua caracterização. O desfecho então, virou uma loucura total. Parece comédia. Uma pena, pois o filme tinha material para levantar questionamentos sobre relação pais e filhos, e sobre o desejo de ter filhos mesmo que os pais sejam totalmente, figuras marginalizadas.

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