quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Histórias que nosso Cinema ( não) contava

"Histórias que nosso Cinema ( não) contava", de Fernanda Pessoa (2018) Documentário totalmente diferente do que eu esperava, o que de certa forma me surpreendeu. Tive a mesma sensação ao assistir ao premiado 'Cinema novo", de Eryk Rocha. Os dois são interpretações bastante pessoais e experimentais de movimentos cinematográfico brasileiro, brilhantemente editados. Aqui, o editor Luiz Cruz faz um trabalho formidável. Junto da Diretora, assistiram a mais de 100 filmes representativos da pornochanchada, selecionando trechos de quase 30 filmes. O que mais chama atenção, para quem não nunca assistiu a nenhum desses filmes, é constatar que atores consagrados de hoje em dia, na época, eram estrelas desses filmes ingenuamente eróticos: Antonio Fagundes, Teresa Rachel. José Lewgoy, Vera Fisher, Maria Lucia Dahl, Roberto Bonfim, Denise Dumont, etc. Eu esperava assistir a um documentário tradicional, com trechos de filmes, e entrevistas e depoimentos de atores, estudiosos e técnicos. Mas isso não acontece. O que vemos, é uma colcha de retalhos de trechos de filmes, editados de forma temática ( sem uso de legendas ou cartelas): Fernanda Pessoa quiz mostrar que o gênero pornochanchada, rejeitado por uma boa parcela da população e dos críticos, por serem associados à sacanagem e à vulgarização da mulher, também eram usados como fachada para mensagens que na época, ditadura militar dos anos 70, seriam abolidos de filmes tradicionais. São críticas à tortura, uso da greve como arma política, violência policial, perseguição aos esquerdistas e comunistas, etc

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