quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Grão

"Grão", de Semih Kaplanoglu (2017) Diretor da premiada trilogia turca , "Ovo", "Leite", "Mel", o cineasta Semih Kaplanoglu realiza em "Grão", um filme absolutamente ambicioso. Filmado em 3 continentes ( Turquia, Estados Unidos e Alemanha), essa ficção científica metafísica e existencial deve a sua existência a "Stalker", de Andrei Tarkovsky, clássico russo que a todo momento, é usado como referência, inclusive dando nome a um dos personagens, Andrei. Rodado em belíssimo preto e branco, com enquadramentos que parecem verdadeiras obras de arte, "Grão" apresenta uma sociedade distópica, num futuro incerto. Toda a humanidade vive por conta de alimentos gerados por mutação genética, até que um dia, todos esses alimentos começam a se deteriorar. O professor Erol (Jean-Marc Barr) é convocado para que tente descobrir o mais rápido possível uma cura para os grãos. em uma reunião com os seus superiores, ele descobre a existência do professor e cientista Cemil, que já havia alertado para a crise dos alimentos genéticos. Erol resolve ir atrás de Cemil, que tem localização incerta. ele descobre que Cemil fez um teste em sua casa e a experiência deu errado, matando sua esposa e ferindo gravemente sua filha. Por conta disso, ele resolveu se isolar. O filme é dividido tematicamente em 2 partes: a primeira se passa na cidade, e a segunda, na região desértica, na peregrinação espiritual de Erol, quando ele encontra Cemil. Essa segunda parte é belíssima, e a que mais se aproxima de "Stalker". Mas também é aí que o filme se torna insuportavelmente lento e hermético , se afastando por inteiro de qualquer tentativa de seduzir um espectador médio. Para quem quiser assistir a um filme tecnicamente impecável, é uma boa pedida. Mas atenção ao ritmo: o filme tem 123 minutos, mas parece ter o dobro de duração.

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