quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Café com canela

"Café com canela", de Glenda Nicácio e Ary Rosa (2017) Vencedor no Festival de Brasília 2017 dos prêmios de Melhor filme do juri popular, Melhor atriz ( Valdinéia Soriano, no papel de Margarida) e melhor roteiro, além de participar de importantes Festivais no exterior ( Rotterdan), "Café com canela" é um filme que emula o frescor da Nouvelle Vague, em particular, o cinema de Agnés Varda. Com uma câmera livre ( os diretores se utilizam de vários recursos estilísticos para narrar o filme) e uma montagem que lembra o clip dinâmico de "As duas faces da felicidade", o filme mescla melodrama com drama social. O filme apresenta 2 personagens femininas fortes: Margarida, uma professora em depressão desde a morte de seu filho, e que se trancou para a vida. No seu caminho, surge Violeta ( Aline Brunne), uma vendedora de coxinhas, que tenta trazer Margarida de volta ao convívio social. Outros personagens perambulam pelo filme : Ivan ( Babu Santana), um médico gay casado com Alfredo; Cidão ( Arlete Dias, divertidíssima), amiga de Violeta e fanfarrona, e o marido de Violeta, um pedreiro por quem ela se apaixonou e casou cedo. O filme é bastante simples na sua forma, mas o roteiro emociona por vários motivos: lida com a questão da morte e do luto de vários personagens; faz um resgate importante da cultura baiana e africana, através de cultos e músicas; e apresenta um lindo exemplo de sororidade ( amizade entre mulheres), um dos mais belos do cinema brasileiro. Uma cena em particular, que acontece na cozinha e que explica o título do filme, é uma cena brilhante para ser reproduzida por alunos de teatro. Destaque absoluto para o trabalho de todo o elenco. Uma verdadeira jóia.

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