sexta-feira, 16 de outubro de 2015

As horas vulgares

"As horas vulgares", de Rodrigo de Oliveira e Vitor Graize (2011) Primeiro filme a ser realizado pelo Fundo de cultura do Espírito Santo em sua primeira edição, em 2011, com o orçamento de 750 mil. Os realizadores fizeram uma livre adaptação do livro "Reino dos Medas", de Reinaldo Santos Neves e à essa literatura, se inspiraram de referência cinematográfica no Cinema de Philipe Garrel, mais especificamente , em "Amantes constantes". O filme narra o drama de Lauro ( João Gabriel), um pintor casado, carioca, morando em Vitória Casado com Erika, ele está em crise existencial. Um dia, ele reencontra um grande amigo, Theo, e com ele segue para uma festa onde conhece uma galera. Juntos, essas almas representantes de uma geração perdida, divagarão sobre Amor, Arte e futuro. Lauro e Theo relembram de Clara, mulher que amavam e que foi embora de Vitória. Lauro conclui ao fim dessa noite que somente com a sua morte ele terá paz. "Amantes constantes" certamente é uma inspiração estética para o filme: rdado em 16 mm, preto e branco e com interpretações encenadas que para mim mais parecem teatro. A cultura européia não se adapta ao universo do Sudeste brasileiro, e esse exercício hiper existencialista sôa artificial. Tematicamente, vejo mais o clássico de Louis Malle, "30 anos essa noite", quando um homem decide acabar com a sua vida. Sou do partido de que todos os filmes são válidos, e aqui, o exercício dos cineastas/cinéfilos surge como uma brincadeira de experimentação. O que é de fato, imperdoável, é que um filme que se propõe a um hermetismo, tenha exatos 2:03 horas de duração. Impossivel não ficar entediado. Tivesse meia hora a menos teríamos muito mais afalar desse bom drama, mas exaustivo para qualquer espectador.

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