quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A fonte da donzela

"Jungfrukällan", de Ingmar Bergman (1960) Chocado comigo mesmo como eu nunca havia visto esse filme de Bergman. Que obra-prima, que filme brutal sobre a sordidez humana! E pensar que só fui assistir a esse filme porquê no documentário que vi sobre Bergman, "Trespassing Bergman", tem um depoimento do cineasta Wes Craven dizendo que se baseou em "A fonte da donzela"para criar o seu clássico "Aniversário macabro". Pois é isso: "A fonte da donzela" é um filme sobre pureza, pecado, culpa e vingança. No Século XIV, os homens se dividem entre cristãos e pagãos. Uma jovem virgem é solicitada pelos seus pais para entregar velas para o padre em uma igreja distante, No caminho, ela é abordada por 2 pastores que a estupram e a matam. Nessa mesma noite eles buscam refúgio na casa dos pais da menina, sem saberem da relação entre eles. A fotografia de Sven Nykvst é de uma beleza extraordinária. Em preto e branco, reforça principalmente nos closes, a emoação contida, assim como nos closes do filme "O martírio de Joana d'arc", de Carl Dryer. A direção de Bergman é incrível, com eus planos longos e a marcação dos atores em cena, muito certamente de seus anos em teatro. Os atores estão todos excelentes. A jovem Birgitta Pettersson, encarnando com perfeição a pureza da virginal Karin. A cena dela após o estupro é chocante, e o som que ela emite é assustador. Max Von Sydow e a cena antológica dele derrubando uma árvore, para conter a sua ira. Bergman discute aqui no filme a religião, e os desígnios de Deus para com os seres humanos de bom coração que pagam pelos pecados do mundo. Obrigatório e definitivamente, um dos grandes filmes de Bergman, mesmo que de uma fase pouco conhecida, pré-psicanálise. O Filme ganhou o Oscar e Globo de Ouro de filme estrangeiro, e mençao honrosa em Cannes. Nota: 10

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