quinta-feira, 4 de setembro de 2025
Adiós Buenos Aires
"Adiós Buenos Aires", de German Kral (2023)
Que filme espetacular, um dos melhores argentinos que assisti em tempos. Me fez chorar muito, me emocionar, rir e me apaixonar pelos personagens representados com muito carinho pelo co-roteirista e diretor German Kral, nascido em Buenos Aires mas de ascendência alemã. O filme explora as suas complexas raízes alemãs e argentinas, bem como a música, através do protagonista, Julio (Diego Cremonesi, soberbo). Julio é o alter ego do cineasta e é através dele que ele traz dilemas sobre a volta ao país de origem. O filme é ambientado no ano de 2001, em plena crise econômica do país: inflação, desemprego, tudo às alturas. Para piorar, o governo limitou o valor do saque nos bancos, e quem tinha dinheiro guardado, ficou desesperado. Julio é dono de uma loja de sapatos em vias de falência, com muitas dívidas e clientes devedores. De noite, ele toca em um bar de tango, "Glorias da Argentina", que também está falindo, junto de seu grupo musical de tango, formado por amigos de longa data. Julio , que é separado e tem uma filha de 14 anos que mora com a sua mãe, deseja viajar para a Alemanha e tentar trabalho lá. Ao tentar vender seu carro, ele acaba sofrendo um acidente, provocado pela taxista Mariela(Marina Bellati, comovente), que está sem seguro e se for denunciada, perde sua licença. Sem ter como bancar sua viagem no momento, ele combina com Mariela dela então se encarregar de ransportar a sua banda para os lugares para tocar.
Do início ao fim do filme, com uma trila sonora ao som de tango, o filme se torna uma metáfora de um povo e uma cuktura que resistem aos momentos aterrorizantes pelo qual o país passou e passa. O filme é um reflexo da Argentina de hoje, também em crise cultural, econômica e de desemprego. Seu olhar otimista, mesmo em tempos obscuros, é alavancado por um elenco espetcaular e por um final que me fez chorar litros.
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