terça-feira, 30 de setembro de 2025

El cambio de guardia

'El cambio del guardia", de Martin Farina (2021) O cineasta Martin Farina tem uma filmografia baseada em filmes lgbtqiap+. são deles os cultuados "Fullboy" e "Taekwendo", filmes com protagonistas heteros que vivem em sua rotina, tensão sexual com outros homens. Repletos de imagens homoeróticas, seus filmes são cultuados pela público gay. Ele foi parceiro de trabalho nos filmes do premiado cineasta argentino Marco Berger, uma voz connhecida do cinema queer do país. Dessa vez, farina volta a camera para a sua família, mais precisamente, para seu pai. Norberto (seu pai), há 47 anos, se encontra com seus colegas de farda militar: Juan Carlos "Tato" Gnemmi, Héctor "Luco" Luconi, Jorge "Tano" Dos Santos Russo, Omar "Gallego" Figueira e Juan José Chiariello. Eles se encontram anualmente durante a troca da guarda do regimento patrício em frente ao Conselho Nacional. Durante o filme, os amigos se encontram e relembram quando foram esses soldados. Todos na faixa dos 60 e 70 anos, os homens, que se conhecem desde os 18 anos, se reúnem para comer churrasco, comemorar aniversários oe outras atividades sociais. O pano de fundo é discutir o país que a Argentina se tornou nos dias de hoje. Desavenças políticas, críticas ou elogios aos governos atuais e antigos. Para o espectador que quiser entender mais da sociedade e d apolítica aArgentina, o filme propõe, através da sintermináveis conversas dos amigos, um bom painel. Farina não poderia deixar de apontar suas lentes para os soldados jovens atuais, e também, para os corpos já idosos dos amigos, em reflexõe ssobr eo corpo através de lentes homoeróticas.

Cinco

"Cinco", de Marco Berger, Cecilia del Valle, Francisco Forbes, Cinthia Varela e Andrew Sala (2010) Bom filme argentino, dividido em cinco episódios independentes, todos trazendo o tema dos fetiches s3xua1s de pessoas comuns. As histórias são dirigidas por diretores diferentes ecomo toda antologia, possui algumas boas histórias e outras razoáveis. 1) Máquinas - Um homem conhece uma jovem na rodoviária e começam a conversar sobre assuntos íntimos e provocadores 2) Platero - Um adolescente sente atração s3xual pelo namorado de sua irmã. Durante uma tarde na sua casa, o namorado dela e os amigos do rapaz brincam na piscina. O adolescente procura um momento para investir no rapaz 3) Ojo de pez- Virginia e Pablo costumavam ser amantes. Mas Pablo fez transição e quando se reencontram, Virginia, que ainda é apaixonado, procura se adaptar ao antigo amante, que agora é ela 4) Goger en castellano Um argentino que mora nos EUA é casado com uma americana e tem um filho. Mas ele tem uma vida s3xual fria com a esposa. Para se animar, ele busca fotos de argentinas na internet se vê desejando sua vida sexual em BsAs, estimulado por fotos de mulheres argentinas na internet. 5) Los dias negros- O episódio mais polêmico, e que as mulheres irão odiar- Um funcionário entediado em seu trabalho, se imagina tendo fantasias s3xua1s na empresa com as secretárias Os melhores eps são o 2 e o 3. Os outros são fracos ou mal resolvidos. Os atores são corretos e dão vida aos tipos variados dos episódios.

Ladrões

"Caught Stealing", de Darren Aronofsky (2025) Após o grande sucesso de "A baleia", em 2022, que rendeu os Oscars de ator para Brendan Fraser e de maquiagem, o cineasta Darren Aronofsky decidiu adaptar o romance de Charlie Houston, que também escreveu o roteiro, e lança um filme de ação policial, nos moldes dos irmãos Coen ou de Guy Ritchie. O tema do inocente que acaba envolvido com máfias russas e judaicas é protagonizado por Austin Butler no papel de Hank. Em 1988, o ex-jogador promissor de beisebol, que abandonou tudo após um acidente de carro onde ele estava dirigindo ao volante. Acompanhado de seu melhor amigo e bebendo cerveja, o carro bateu e acabou matando seu maigo e danificando o seu joelho para sempre. Passa um tempo e agora Hank trabalha como barman e namora a paramédica Yvonne (Zoë Kravitz). Quando ela vai dormir em sua casa, o vizinho de Hank, o punk Russ, diz que precisa viajar urgente para Londres para cuidar de seu pai doente e pede para HAnk cuidar de seu gato. No dia seguinte, capangas de uma máfia russa estão atrás de Russ e vendo que Hank está com o gato, acreditam que ele sej capanga e exigem a chave em porte de Russ. Mafiosos judeus, interpretados por Lieve Schreiber e Vincent D'onofrio entram na jogada, provocando mortes e conflitos. O filme é bom e traz um excelente time de atores. As cenas de ação são muito boas e a direção de arte é excelente. A trama traz plot twists, mas a que me deixou chateado foi a morte de uma personagem que achei desnecessário, fiquei bem irritado. Mas entendo que é para fazer a história andar. Butler virou meme na rede social por esse filme, com muitas cenas dele semi-nu e de cueca, mostrando seu corpo malhado e definido.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Malik Delgaty- The man behind the actor

"Malik Delgaty- The man behind the actor" (2025) Malik Delgaty nasceu em Montreal no ano de 2000 e hoje é um dos maiores astrôs do porn0 gay no mundo. Seu nome é o mais procurado no Google nos anos de 2022 e 2023 no segmento da p0rn0graf1a lgbt. Seu nome de nascença, Justin Lesag, o acompanhou até seus 18 anos, quando era um atleta de judô. Durante toda a sua infância e juventude, ele nasceu em um bairor pobre. Seu pai, que quando jovem já havia sido stripper, era viciado em coca1na e constantemente era preso. Malik já trabalhou em construção civil e steripper, na mesma casa onde seu pai trabalhou. Ele ja havia sido convidado diversas vezes para entrar no ramo de filmes p0rn0s, mas sempre recusou. Até que veio a Covid. Sem trabalho, ele aceitou, e no documentário, ele alega ter sido sua melhor escolha. Hoje, bem financeiramente, ele mora em Montreal. Ele é contratado exclusivo pela produtora MEN.COM, e também faz campanhas para publicidade e desfila como modelo, tendo desfilado para New York Fashion Week e na Los Angeles Fashion Week. Malik fala perfeitamente francês e inglês. O filme explora toda a beleza de seu rosto e deu corpo, sem imagens explícitas. Segundo Malik, ele se considera um hetero, e faz filmes gays por "gay for pay", o que provocou indignação de parte da comunidade queer. Recentemente, ele se declarou bissexual, fazendo s3x0 com homens e mulheres. Seu desejo futuro é se tornar pai de família e um homem de negócios.

A última festa

"It's my party", de Randal Kleiser (1996) Diretor dos clássicos "Grease, nos tempos da brilhantina" e "A lagoa azul", o cineasta Randal Kleiser também escreveu o roteiro de "A última festa": a história é baseada em fatos reais ocorridos com ele e seu ex-namorado, o arquiteto e designer Harry Stein, que contraiu o HIV e decidiu fazer uma festa, convocando familiares e amigos próximos, anunciando a decisão de se suicidar, pois os efeitos das drogas e da doença eram devastadores. A sua partida aconteceu em 1992. No filme de Kleiser, Nick Stark (Eric Roberts) é o arquiteto, em um relacionamento estável com o diretor de filmes B. Brandon (Gregory Harrison), um diretor de TV. O casal vive um relacionamento feliz, dividindo a mesma casa, quando Nick descobre estar com HIV. "Você não vai me deixar, vai?. Não quero morrer sozinho.", diz Nick a Brandon. Brandon continua cuidando de Nick e morando com ele. Mas Nick, devastado com a evolução da doença, acaba se estressando e a relação dos dois termina. Um ano após o término, Nick descobre o diagnóstico de Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LMP), uma das doenças provocadas por quem está com HIV. Devido à natureza agressiva da doença, ele tem apenas alguns dias de vida consciente restantes. Decidio a não se deixar morrer pela doença, ele promove uma festa de 2 dias em sua casa. Para surpresa de todos, Brandon surge no evento, decidido a se despedir de Nick, a quem ele sempre amou. eu vi o filme na época do lançamento e me comovi muito. Visto hoje, o filme ficou bastante datado, mas ainda assim, por ser um dos primeiros filmes a lidar com o tema do HIV, vale a pena ser visto. Ma so que de fato mais chama a atenção é a verdadeira constelação de estrelas: lee Grant e George Seagal interpretam os pais de Nick; Olivia Newton john interpreta a sua irmã; Christoper Atkins interpreta um amigo que faleceu de HIV; Roddy Macdowell, Bruce Davison; Margareth Choo e Marlee Matlin, que aqui não se comunica em sinais e sim, falando.

Quatro janelas

"Vier Fenster", de Christian Moris Müller (2006) Escrito e dirigido pelo alemão Christian Moris Müller, "Quatro janelas" é um filme que apresenta uma família de 4 pessoas, e que vivem uma vida de mentiras e experiências sexuais fora de casa. É um filme perverso e repleto de fetiches, envolvendo o pai (Thorsten Merten), a mãe (Margarita Broich), o filho adolescente (Frank Droese) e a filha mais velha (Teresa Scholze). O retrato é tão frio e cruel, que os personagens não têm nome. São pessoas anônimas que circulam pelas ruas de Berlim, percorrendo ambientes sórdidos. A família é de classe média. O pai é policial. A mãe, dona de casa. A filha é garçonete e o filho, estudante. O filho, que esconde a sua s3xual1dade de todos, falta aulas na escola para frequentar s3x shops e fazer s3xo anonimamente com homens mais velhos, em relação sadomasoquista. A filha após o trabalho frequenta o metrô e se oferece para fazer s3xo com qualquer homem que apareça na sua frente, dentro dos vagões. A mãe procura seduzir o faz tudo do prédio onde moram. O marido flerta com mulheres e procura uma garota de programa. O filme é dividido em capítulos, cada um apresnetando um integrante da família e mostrando pontos de vista diferemtes de uma mesma situação, quando os 4 se encontram de noite. É um filme que poderia ter rendido melhor nas mãos de um cineasta mais visceral, como Ulrich Seidl, austríaco. Christian Moris Müller quer chocar, mas fica no meio do caminho e trazendo um filme de ritmo lento e personagens pouco interessantes e vazios.

Todas as canções que nunca cantamos

"All the songs we never sang", de Chris Rudz (2023) Dramas sobre redenção sempre me fazem emocionar, e eu gosto muito. Em "Todas as canções que nunca cantamos", não poderia ser diferente. co-escrito pelo cineasta holandês Chris Rudz, que mora em Tokyo, o filme fala sobre perdão e sobre se reinventar. Lindamente fotografado por 2 fotógrafos, Masaaki Chijimatsu para as cenas submarinas e Christian Denslow para as cenas em terra, o filme se passa na ilha de Kojima, tão pequena que não possui hotéis, e que vive, além do comércio, de mulheres "Ama", que mergulham procurando ostras e retirar suas pérolas. A adolescente Natsumi (Miru Nagase) sai de Tokyo e decide embarcar até a ilha, para conhecer sua tia Reiko (Junko Kano), que ela nunca teve contatos. Em princípio a tia a rejeita, mas diante da insistência da jovem para ficar e ajudar a tia na busca por pérolas, ela aceita. A tia a trata mal por um bom tempo, mas aos poucos, com a ajuda das outras mergulhadoras, do barqueiro que leva as mulheres para o mar, do MC Struggle, um barqueiro que transporta passageiros até a ilha e que sonha em ser rapper e de policiais do local, as vidas de Natsumi e Reiko mudam para sempre. O filme tem um sub-plot que envolve a Yakuza que eu não gosto e que distrai a história principal, que tem a ver com uma situação mal resolvida entre as irmãs e faz com que Reiko rejeite a adolescente e a mãe dela. Mas como é um filme que fala sobre perdão, as cenas finais são bem emocionantes, através da revelação do que fez as irmãs se romperem. O sub-plot das mulheres mergulhadoras que caçam pérolas é bem filmadoe. poderia ter sido mais explorado.

Forever fever

"Forever fever", de Glen Goei (1998) Divertida e emocionante comédia dramática da Singapura, que traz referências explícitas aos clássicos "A rosa púrpura do Cairo" e "Embalos de sábado à noite". O filme começa com uma cartela anunciando que o país se tornou independente da colonização inglesa no ano de 1965. Ambientado em 1977 na capital, o filme apresenta Hock (Adrian Pang), um jovem de 20 anos que trabalha em um supermercado. Ele tem como herói Bruce Lee e adora praticar artes marciais. Seu sonho é ter uma moto. Hock mora com sua família em um sobrado na periferia. Quando ele vai com os amigos assistir ao filme 'Embalos de sábado à noite", ele descobre que vai haver um concurso de dança Disco e que o valor do prêmio será o suficiente para comprar a moto que ele tanto deseja. Hock se inscreve em um concurso e conhece a jovem Mei (Medaline Tan), que se apaixona por ele. Mas Hock se apaixona é por Julie (Anna Belle Francis), uma patricinha que namora Richard (Pierre Png), um malandro. Hock vai mal na dança, mas quando retorna para assistir novamente ao filme e se inspirar, descobre que o próprio John Travolta sai das telas e se torna seu mentor. O filme é muito bom, com excelente scenas de dança que copiam o filme de Travolta, e existem sub plots que me fizeram chorar: a relação Kock e Mei, e principalmente, a história do irmão de Hock, lelsie, que se tornou trans e foi rejeitada pelo pai. Fiquei chocado como para uma produção de orçamento médio, conseguiram bancar clássicos discos na trilha: além de Bee Gees, Voyage, Hues and Corporation, Carl Douglas, entre outros que certamnente custam uma fortuna.

domingo, 28 de setembro de 2025

Das trio

"Dastrio", de Hermine Huntgeburth (1998) Divertida comédia dramática LGBTQIAP+ alemã, "Das trio" apresenta um inusitado triângulo amoroso. Zubel e Karl formam um casal gay de meia idade. Eles moram em um acampamento de trailers junto da jovem filha de Zobel, Lizzie. Os três são pickpockets e sobrevivem fazendo roubos pela cidade. Quando Karl morre em um acidente, Zobel e Lizzie acabam conhecendo o jovem pickpocket Rudolf. Lizzie e Zobel se encantam pelo charme de Rudolf e o trazem para morar com eles no trailer, e ele se junta eles como pickpocket. Mas sem que Zobel e Lizzie saibam, Rudolf se torna amante deles, escondido. O filme é divertido, sexy, ousado, proporcionando discussões acerca do poliamor. Mesmo sendo pickpockets, o espectador torce por eles, por serem figuras carismáticas. As cenas onde discutem os roubos e a aula de como abordar, certamene inspiradas na obra prima de Bresson, "O batedor de carteiras", são muito bem construídas.

Giftling

"Giftling", de Jopy Arnaldo (2023) Premiado drama filipino que me fez lembrar de 'Encontros e desencontros", de Sophia Coppola. Um cineasta japonês, Makoto Kanno (Ken Yamamura), viaja a convite de um festival de cinema em Bacolodo, Filipinas. Ele mal fala inglês, e para isso, precisa de uma tradutora. Makoto não consegue se comunicar com ninguém, nem em coisas básicas. Quando a jovem Jamie Lazaro (Gabby Padilla) aparece, a conexão entre ambos é imediata: apaixonados por cinema, e na vida pessoal, Makoto está em crise com sua esposa, com quem fala ao telefone, e Jamie acaba se de separar de seu namorado. Jamie fala diversas línguas, entre elas, dialetos filipinos. Apaixonada por línguas, ela criou seu iidoma próprio. Makoto, curioso, aprende a falar da língua criada por Jamie para se comunicarem em um mundo somente deles. Lindamente fotografado, "Giftling" difere de filmes de cineastas filipinos famosos como Lav Diaz e Brillante Mendoza, por mostrar paisagens e imagens do país glamurosa, bela e sedutora, com iluminação estilizada. É um filme sobre amor, tanto pelo cinema quanto entre o casal, mas que acabam não conseguindo se crresponder no romance por estarem fechados ainda em suas histórias pessoais.

sábado, 27 de setembro de 2025

Tony and Kevin

"Tony and Kevin" (2012) Comovente documentário que apresenta o casamento real entre um casal gay, Tony e Kevin", nas margens do Lago Tahoe, Califórnia. O filme é simples na sua forma, com o casamento sendo celebrado pelo padre, os noivos dando textos românticos um para o outro e convidados que variam de familiares e amigos. Nada demais, a não ser a forma belamente poética, respeitosa e cinematográfica que a lente do fotógrafo registra o casal e a cerimônia. A trilha sonora pode ser cafona, mas conbina muito com o romantismo exacerbado do filme.

A cuestas con mis padres

"A cuestas con mis padres", de Vicente Bonet (2008) Premiado curta queer espanhol, "A cuestas con mis padres"tem somente 3 minutos de duração, mas é um primor de comédia de costumes familiar. Escrito e dirigido com maestria por Vicete Bonet, que conduz o hilário roteiro com muita inteligência com seus 4 ótimos atores, o filme apresenta o jovem Pedro (Marcos Garcia Perez). desde que ele se assumiu gay, seus pais ficam preocupados com os relacionamentos sexuais do filho. Quando Pedro marca um encontro s3xual com Chico (Pepe Torres), os pais de Pedro, Alberto (Joan Manuel Gurillo) e a esposa (isabel Gadea) o acompanham. Eu simplesmente me peguei gargalhando do início ao fim. Uma idéia genial, atores incríveis e um ritmo perfeito na duração certa para se contar uma piada.

Message sent

"Message sent", de Yale Fried (2013) Comovente curta Lgbqtaip+, escrito e dirigido por Yale fried, "Message sent" é todo narrado em voz off por Michael Collins (Sawyer Matheny), um adolescente em conflito. Ele está escrevendo um email no compuador, endereçado aos seus 4 melhores amigos, 2 rapaazes e duas garotas, sendo que Rachel é sua namorada há um ano. Michael começa o email falando sobre cada um deles e o quanto ama cada um deles e o quanto eles são importantes para ele. Mas ele escreve que desde mais jovem vem sofrendo muito,e. que não quer mais viver uma vida de mentiras: ele é gay, e está na hora de se revelar ao mundo, começando pelos amigos. O filme fica na tensão se Michael deve enviar o email ou deletá-lo. Filmado e realizado com extrema simplicidade, o filme seduz pela clareza de suas idéias e pela forma sensível com o qual o diretor lida com os anseios de um joem em relação a si mesmo e a preocupação com seus amigos.

Devil's Path

"Devil's Path", de Matthew Montgomery (2018) "Devil's path", de Matthew Montgomery (2018) Produção de baixo orçamento, “Devil’s path” é um raro filme LGBTQ+ de gênero suspense, e ganhador de alguns prêmios em Festivais. Em um Parque em Guerneville, Califórnia, existe uma trilha chamada ‘Devil’s Path”. Ali, gays fazem pegação e fazem sexo no meio da floresta. Noah é um homem que busca o seu irmão que desapareceu na região. Noah acaba conhecendo Patrick, que está ali em busca de sexo. Noah acredita que Patrick possa saber do paradeiro de seu irmão e o persegue. Apesar do Policial avisar que é proibido entrar em “Devil’s Path”, por conta do sumiço de algumas pessoas, Noah e Patrick decidem entrar. Logo, eles se vêem perseguidos por dois homens estranhos e precisam juntar forças para poder sair dali. Co-escrito pelo diretor, que estréia em longas com esse filme, “Dveil’s Path” tem um roteiro que tem a necessidade de a todo instante fazer um plot twist. Em quem devemos confiar? Devemos julgar as pessoas pelas aparências? Confesso que achei tudo óbvio, menos a revelação final. O filme é longo, não se sustenta em seus 90 minutos com um roteiro tão raso e atores medianos. Os roteiristas são gays, mas parecem querer colocar no filme uma mensagem sobre a culpa de ser gay e a punição que deve ser imposta para quem decide levar a sua vida apenas pelo prazer hedonista. Está muito claro que o diretor teve como referência o cult francês “Um estranho do lago”, de Alain Guiraudie, que também fala de serial killers que matam gays em um lugar público.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Dahmer vs. Gacy

"Dahmer vs. Gacy", de Ford Austin (2010) Pegando carona nas famosas franquias que uniam vilões de terror, como "Freddy vs Jason" e "Alien X Predador", "Dahmer vs Gacy" é um dis trash mais toscos e ruins que assisti, dirigido por Ford Austin da pior forma possível. Tanto Dahmer quando John Wayne Gacy são considerados dois dos maiores serial killer da história, e já viraram temas da série "Monster". Dahmer ficou famoso por seduzir jovens gays, levá-los para casa, matá-los e mutilá-los. Gacy sequestrou e matou pelo menos 33 adolescentes e crianças, vestindo uma fantasia de palhaço. A história do filme, dependendo do humor do espectador, pode ser visto como abominável ou uma pérola de humor: Agentes do govenro querem desenvolver um assassino indestrutível: eles pegam Dna dos dois serial killer e com a intenção de unir em um só corpo. Mas ambos escapam e começam a praticar crimes na cidade. Um estranho justiceiro decide caçar os dois assasinos, assim como o giverno, que quer capturá-los com vida.

Como a maioria das coisas funciona

"Como funcionan casi todas las cosas", de Fernando Salem (2015) Premiado drama argentino, "Como a maioria das coisas funciona" é um drama indie, co-escrito e dirigido por Fernando Salem. Filmado em San Juan, o filme visualmente mostra a desolação de pessoas tristes e solitárias que habitam essa área distante da capital. Celina (Veronica Gerez) é uma jovem que mora com seu pai doente. A mãe de Celina abandonou a família e foi embora para a Itália. Celina trabalha em um pedágio no meio da estrada deserta. Quando seu pai morre, Celina decide abandonar seu trabalho e continuar o trabalho de seu pai: ele vendia enciclopédias com o título "Como funcionan casi todas las cosas" um guia prático com respostas para tudo. Celina oferece o livro de porta em porta, para poder juntar dinheiro e poder viajar até a Itália e conhecer sua mãe. Ela decide se unir à sua amiga (Pilar Gamboa), mãe de um menino irrequieto, Brian, e juntos, seguem de carro para outras cidades. O filme é um road movie e que como tal, mostra a protagonista conhecendo pessoas e passando por situações que irão transformar a sua vida. Belamente fotografado e filmado pela fotógrafa Georgina Pretto, o filme tem uma excelente performance de Veronica Gerez, que traz minimalismo em sua atuação, repleta de humanidade.

Nerd in love

"Nörden och kärleken", de Marcus Ljunggren e Max Tellving (20212) Romance Lgbtqiap+ sueco, "Nerd in love" tem uma história bem simples. Daniel é um jovem nerd que todo final de semana joga um game chamado "Warhammer. Um novo jogador surge no grupo, Lucas. Daniel fica encantado e em princípio, não entende os seus sentimentos. Convidado por Lucas para uma festa em sua casa, Daniel se anima para poder tentar se aproximar de Lucas. Mas ao fragá-lo beijando uma garota, ele fica frustrado. Um filme simpático, que tem como um ponto alto a escalação do elenco: o protagonista é um ator que foge dos padrões clássicos de romance: não é bonito e poucos atrativos. O título "Nerd in love" faz jus à essa escalação, e por isso, entretém com simpatia.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

O serviço de entregas da Kiki

"Majo no takkyûbin", de Hayao Miyazaki (1989) Premiada animação dos Estúdios Ghibli, escrita e dirigida pelo mestre Hayao Miyazaki, "O serviço de entregas da Kiki" foi lançado 1 ano depois de "Meu amigo Tortoro", um dos filmes mais aclamados e amados pelos fãs de Miyazaki. "O serviço de entregas da Kiki" é um filme menor, e pouco conhecido, do mestre. Ele tem toda a graciosidade dos traços do animador, além de uma história que traz drama, romance, ação, aventura e humor. O roteiro é baseado no romance homônimo escrito por Eiko Kadono em 1985. A trilha sonora e a música que toca nos créditos são muito divertidas e ajudam a dar ritmo ao filme. Kiki é uma menina que acaba de fazer 13 anos. Como todas as bruxas que atingem essa idade, ela precisa sair de casa, largar a família e se tornar independente em outra cidade. Acompanhada de seu gato preto Jiji, Kiki recebe a vassoura de sua mãe e autiliza para voar para um novo local. Ela chega em uma cidade grande e sem saber aonde ou o que fazer, ela acaba conhecendo a dona de uma padaria e lhe oferece um serviço de entrega onde ela utiliza a vassoura voadora. Kiki conhece um menino, Tombo, que junto de um grupo de outros gartos, zombam dela. O filme traz o lindo tema do coming of age e da independência. Tudo o que amamos nos filmes de Miyazaki está aqui: personagens carismáticos, momentos de lúdico, de humor, de melancolia, de graciosidade e claro, cenas encantadoras que só Miyazai pode proporcionar com sua criatividade única.

Uma batalha após a outra

"One Battle After Another", de Paul Thomas Anderson (2025) Quatro anos após "Locorice pizza", Paul Thomas Anderson retorna com uma obra prima tensa, bruta e inesperadamente, repleta de humor. Adaptação do romance escrito por Thomas Pynchon, "Vineland", em 1990, "Uma batalha após a outra" apresenta uma história em 2 tempos: final dos anos 80, e 16 anos depois. Assim como em "Guerra civil", de Alex Garland, o filme se passa em um Estados Unidos comandado por um Governo de extrema direita, um universo distópico. De um lado, revolucionários, chamados de French 75, que passam seus dias liberando imigrantes presos em fronteiras e atacando poderosos capitalistas. No comando do French 75, está Perfidia Beverly Hills (Teyana Taylor), que tem como namorado e amante, Bob Ferguson (Leonardo DiCaprio), que também integra o grupo. em um dos ataques, Perfidia encontra um dos líderes do govenro, o Coronel J. Lockjaw (Sean Penn). Ela o constrange sexualmente, e ele acaba ficando obcecado por ela. Em uma emboscada, Perfídia é presa e obrigada a delatar seus companheiros. Antes, ela entrega sua bebê, Willa, para Bob cuidar. Dezesseis anos depois, Willa Willa (Chase Infiniti) mora com o seu agora drogadoe. alcóolatra pai, Bob. Quando Willa é sequestrada, Bob, que havia abandonado a luta armada, reencontra alguns ex-companheiros e pde que o ajudem a resgatar a filha, que está nas mãos de Lockjaw. Tudo no filme é soberbo: a trilha sonora de Jonny Greenwood, repleta de estranhezas; a fotografia de Michael Bauman, a edição, o roteiro, a direção impecável ( a sequência de perseguição no final chega a dar vertigem de tao impressionante) e o trabalho formdiável do elenco: Di Caprio, Sean Penn, Benicio del Toro e as atrizes estão no auge. A cena de Bob ao telefone tentando lembrar da senha dos revolucionários é hilária, um trabalho de mestre.

Jeunes méres

"Jeunes méres", de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne (2025) Melhor roteiro e prêmio ecumênico no Festival de Cannes 2025, "Jeunes méres" é escrito e dirigido pelos irmãos belgas Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, já antigos habitueés de Cannes, de onde sempre saem com prêmios. O filme foi indicado pela Bélgica à uma vaga ao Oscar de filme internacional 2026. Novamente, a câmera dos cineastas aponta para um olhar humanista sobre personagens desassistidos e marginalizados pela sociedade. Em Liége, na Bélgica, adolescentes abandonadas por seus pais residem em uma instalação estatal, recebendo aconselhamentos sobre como ter seus bebês e como lidar com a gravidez. Algumas jovens sofrem depressão, outras são dependentes químicas. Entre as jovens, o filme acompanha 4 histórias: Perla (Lucie Laruelle) é uma jovem negra que tem um bebê pequeno, mas sofre com o pouco caso do namorado, recém saído de uma instituição para jovens infratores; Jessica (Babette Verbeek) está grávida e procura conhecer sua mãe, Morgane (India Hair) para demonstrar a sua irritação e rancor por ter sido abandonada por ela; Julia (Elsa Houben), ex-viciada em drogas e que encontrou no nascimento de sua bebê uma nova chance de se colocar no eixo; Ariane (Janaïna Halloy Fokan), que deseja entregar a sua bebê. Sua mãe pede para que entregue para ela cuidar, mas Ariane se recusa. O filme traz a realidade e cotidiano áspero e duros das jovens protagonistas, e asism como nos outros filmes dos Derdenne, a via crucis para a redenção é longa e repleta de frustrações, alegrias e reflexões. As jovens no filme são todas amadoras, sem experiência prévia de atuação. Mas os Dardenne, experts em extrair excelentes performances, dão um show de narrativa e de direção de elenco.

Ma vie avec James Dean

"Ma vie avec James Dean", de Dominique Choisy (2017) Simpática comédia francesa, que faz uma homenagem ao cinema e à cidade da Normândia, lindamente fotografada e registrada no filme. Gerard é um cineasta independente que viaja até a Normandia para a exibição de seu filme em um Festival de cinema autoral. Chegando na cidade, ele tem seu celular roubado, e pior, a organizadora do Festival, Sylvia, esquece dele, pois está tentando resolver problemas pessoais com a sua namorada. Gerard segue até a sala de exibição, onde será apresentado o seu filme, "Ma vie avec James Dean", uma produção Lgbtqipa+. Para sua frustração, só existe uma única espectadora, que sai chocada no meio do filme. Balthazar, o jovem bilheteiro do cinema, assiste a um trecho do filme, onde os protagonistas gays fazem sexo, e acaba se assumindo como gay, declarando o seu amor a Gerard. O filme é quase um vaudeville, repleto de traições entre os personagens. O que estraga o filme, é o excesso de personagens e sub-tramas. Mesmo assim, vale assistir, por conta das várias brincadeiras feitas para espectadores cinéfilos, que irão se divertir com referências cinematográficas. O filme ainda dá uma cutucada no cinema blockbuster, através das falas de personagens, que dizem que o público só quer comédia e filmes de ação americano.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Best seller

"Be-seu-teu-sel-leo", de Lee Jeong-ho (2010) Há tempos eu não assistis um filme que tivesse tanto plot twist e mudasse tão radical de gênero. Pois "Best seller" é um thriller de suspense sobrenatural sul coreano, escrito e dirigido por Lee Jeong-ho. Pode-se dizer que o filme é dividido em 3 atos, cada um com um tom totalmente diferente do outro, e nem dá para falar muito, para não estragar a surpresa. O diretor faz homenagem a diversos clássicos do cinema de terror: "O iluminado", "O sexto sentido" e "O mensageiro do diabo" tem seus momentos no filme. A protagonista é uma escritora de sucesso, Baek Hee-soo (Uhm Junghwa). No entanto, o seu último livro é acusado de ser um plágio de um livro de concurso que ela havia lido e tinha sido jurada. Sua reputação é destruída, e ela entra em depressão e se separa do marido. Hee-Soo decide então passar um tempo em uma casa de campo em uma cidade afastada, junto de sua filha pequena, Yeon hee. A filha diz à mãe que conheceu uma amiga, e que essa amiga lhe conta uma história. Hee não consegue decsobrir quem é a amiga da filha, mas fica intrigada com a história que sua filha conta, e decide escrever um romance baseado nele. O livro é um grande sucesso, mas inesperadamente, também é acusado de plágio. Atordoada, hee decide rerornar à cidade e decsobrir quem é a pessoa que contou a história para sua filha. Alguns plot twists são até esperados, mas outros, de verdade, são surpreendentes. O desfecho é nonsense, mas eu relevei porquê o filme manteve um bom clima de suspens eo tempo todo e me peguei torcendo. A atriz que interpreta Hee Son é muito boa e segurou bem a atordoada personagem.

Strange Frequencies: Taiwan Killer Hospital

"Strange Frequencies: Taiwan Killer Hospital", de Kerwin Go (2024) Remake filipino de um terror sul coreano, "Gonjiam: Haunted Asylum", de 2018. Nessa versão filipina, a narrativa é de camera found footage, misturado aà uma transmissão live. Quen é um ator filipino que deseja criar um projeto ao vivo e que se conseguir 3 milhões de visualizações no ar, irá conseguir um bom valor em dinheiro. Ele convida 6 celebridades para entrarem em um Hospital desativado em Taiwan, que tem a fama de ser mal assombrado. No passado, uma enfermeira foi acusada de ter matado bebês e ela foi punida. O canal se chama "Strange frequencies" e o grupo se anuncia como caçadores de fantasmas. No grupo estão a atriz filipina Jane, conhecida por seus filmes de ação; Rob Gomez, também ator de filme de ação; A atriz Alexa Miro, ambiciosa e disposta a fazer de tudo para ficar famosa; MJ Lastimosa, vencedora do Miss Universo Filipinas 2014; Zarckaroo, um YouTuber famoso por suas expedições de caça a fantasmas; Raf Pineda, um influenciador do TikTok e leitor de tarô. O guia local, Lee Fung se une para levá-los até o hospital abandonado, subornando o guarda para deixá-los entrar. Obviamente, que ao entrare, o grupo decsobre que não pode mais sair, e um a um, vai sucumbindo a fenômenos sobrenaturais. Eu já devo ter visto no mínimo uns 20 filmes com essa mesma história, de equipe de filmagem entrando em ambientae mal assombrado para ganhar likes e seguidores e acabam se ferrando ao se depararem com espíritos. Esse filme não traz nada de novo e tem os mesmos personagens esquemáticos e estereotipados. Os efeitos são razoáveis, escondidos pela câmera para camuflar o baixo orçamento.

Kung-Fu Futebol Clube

"Siu Lam juk kau", de Stephen Chow (2021) Grande sucesso de público e crítica na China, "Kung Fu futebol clube" é escrito e dirigido por Stephen Chow, que depois, em 2004, lançaria um outro grande sucesso, 'Kung fusão". Ambos os filmes são considerados cults e amados por uma legião de fãs no mundo inteiro. Em "Kung Fu futebol clube", Chow traz uma mistura inusitada de futebol e artes marciais, com efeitos em CGI exagerados, uma homenagem aos desenhos animados violentos e surreais como Pernalonga e Papa léguas. Sing (Chow) e seus 5 irmãos monges formam um time de futebol artes marciais, mas ao perderem um jogo, decidem abandonar suas carreiras. ANos depois, Sing trabalha como catador de lixo na rua. Ao encontrar o ex-técnico de time de futebol, Fung (Ng), eles decidem retormar o prazer pelo esporte. Sing decide rever seus 5 irmãos, agora todos tristes em empregos que não lhe agradam. Sing conhece também uma jovem cinfeiteira de bolinhos, Tai-Chi Mui (Vicki Zhao), por quem se apaixona. Pegando a história de um time formado por losers, Stephen Chow cria uma fábula divertida e surreal sobre amizade, amor e aceitação, com cenas hilárias e absurdamente fanfarronas. Todos os personagens são exagerados e caricatos, e o ritmo é bem dinâmico. Nos Estados Unidos, ele não chegou a ser lançado nos cinemas, mas se tornou hype em locadoras e dvds piratas.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Kontinental 25

"Kontinental 25", de Radu Jude (2025) Prêmio de melhor roteiro no Festival de Berlim 2025, "Kontinental 25" é escrito e dirigido pelo cineasta romeno Radu Jude. Sua filmografia premiada traz os excelentes "Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental", Urso de ouro em Berlim 2021, 'Afferim" e "Não Espere Muito do Fim do Mundo". "Kontinental 25" é uma homenagem de Radu Jude ao clássico de Rosselini "Europa 51", onde a personagem de Ingrid Bergman tem a sua vida burguesa transformada ao fazer contato com pessoas da extrema pobreza de uma comunidade. Em "Kontinental 25", a oficial de justiça de meia-idade Orsolya (Eszter Tompa), acompanhada de policiais, pede para que um sem teto abandone o porão de com condomínio de luxo, onde ele se aproriou inadvertidamente, dando-lhe poucas horas para sair. Ao retornar no dia seguinte, ela encontre o homem morto por suicídio, enforcado. Remoída de culpa, acreditando que ela poderia ter feito algo para evitar a morte do homem, Orsolya procura a ajuda de sua mãe, de uma amiga e de um padre, mas todos procuram faz6ela se livrar da culpa e seguir e vida adiante, dizendo que a vida do homem não valia muita coisa. Orsolya acaba reencontrando ao acaso um ex-aluno, o jovem Fred (Adonis Tanta), da época em que lecionava. Ele conta a sua experiência frustrada de tentar emprego e seguir a vida como advogado e agora, trabalhando como entregador de Ifood, expõe a falência de sua geração, que não conseguiu realizar nada na vida. O filme, como boa parte dos filmes romenos, fazem críticas cruéis ao governo, ao sistema social e econômico de um país onde a sociedade egoísta e cruel não tem senso de coletividade. As críticas também recaem sobre a religião, no caso, o catolicismo, visto como uma farsa. O filme é composto de diversos planos fixos e longos, onde páginas e páginas de texto são interpretadas por um elenco primoroso.

Strange harvest

'Strange harvest", de Stuart Ortiz (2024) Fiquei muito impressionando com esse terror mockementary (falso documentário), escrito e dirigido por Stuart Ortiz. O filme bebe na fonte de "A bruxa de Blair" e "As Fitas de Poughkeepsie", mas faz isso com muita propriedade e identidade própria. A história explora os crimes do serial killer Lesli Sykes, que assassinou 14 pessoas, de 1995 a 2023, na cidade de Inland Empire, no sul da Califórnia Premiado em diversos festivais, o filme é conduzido por um entrevistador, que colhe depoimentos de dois policiais, Joe Kirby (Peter Zizzo) e Lexi Taylor (Terri Apple), sobreviventes e de familiares e amigos das vítimas. Todos querendo entender os motivos dos crimes. O filme vai apresentando imagens found footage dos crimes ( bem cruéis) e somente no final, ficamos sabendo o que motivou o assassino ( tem a ver com uma conjunção de estrelas, uma lenda urbana cósmica que acontece a cada 800 anos). O filme tem atores desconhecidos que convencem em seus personagens "reais" e uma excelente construção de suspense, além de um assassino brutal. O desfecho na floresta é bem tenso. Atenção à uma cena pós créditos.

Monster

"Monster", de Rako Prijanto (2023) Remake da Indonésia do ótimo thriller de suspense americano "The boy behind the door", de David Charbonier e Justin Powell. O filme apresenta dois melhores amigos, as crianças de 10 anos Alana (Anantya Kirana) e Rabin (Sultan Hamonangan). Vestidos de uniformes escolares, eles decidem andar pelas ruas de Jacarta e ir até uma loja de games. Mas no caminho, ambos são sequestrados por um sujeito mal encarado (Alex Abbad), que os cola dentro de um carro e os leva até uma casa abandonada. Rabin é amarrado e colocado dentro d eum quarto, e Alana presa e amarrada em uma garagem. Ela consegue se soltar e foge, mas decide retornar e salvar seu amigo. Sem diálogos, o filme tem uma ótima fotografia e principalmente, dois excelentes atores mirins, principalmente a jovem Anantya. O que derruba o filme, e é mais acentuado aqui que no original americano, são as diversas escolhas erradas dos personagens, principalmente quando fogem e insistentemente retornam. Irrita demais. E o final totalmente sem sentido.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Night of the reaper

"Night of the reaper", de Brandon Christensen (2025) Slasher indie que homenageia os filmes de terror com babás como protagonistas, como "Halloween" ou "Noite de terror", e até mesmo "Pânico". Para variar e seguir a cartilha, o filme tem um prólogo que apresenta uma jovem babá, Emily, cuidando de duas crianças pequenas na cidade do interior chamada de Reedy Creek. Emily acaba sendo assassinada por um serial killer. A jovem Deena (Jessica Clement) retorna para a cidade após anos morando na cidade grande e passar um tempo com sua família. Ela revê também sua amiga Haddie, que trabalha nas horas vagas como babá. O xerife da cidade, Arnold, que também teve sua esposa assassinada, recebe caixas contendo Vhs, e imagens do assassino se preparando para matar novas vítimas. Quando Haddie passa mal, ela chama Deena para cobrir uma noite cuidando do filho do Xerife, o pequeno Max. Deena aceita, mas não imagina que o assassino também irá invadir a casa onde ela irá trabalhar. O filme funciona para quem busca um slasher bem feito, com boas mortes e uma história que traz plot twists interessantes. Claro, o foco do filme é descobrir quem é o assassino e qual o motivo de Deena retornar para a cidade.

Partir un jour

"Partir un jour", de Amélie Bonnin (2025) Muito criticado no Festival de Cannes 2025 por ter sido escolhido como o filme de abertura do evento, o romance musical francês "Partir un jour", co-escrito e dirigido por Amélie Bonnin, foi apresentado fora de competição. Recentemente, muitos filmes franceses se voltaram ao gênero musical para contar as suas histórias de lutas ( Emilia Perez), dramas e questionamentos acerca da vida. "Partir un jours" traz romance, comédia e drama, aliados ao musical, para apresentar a protagonista Cécile (Juliette Armanet). Ela é uma chef de cozinha, que venceu um reality culinário e está prestes a inaugurar seu restaurante em Paris, junto de seu namorado, Sofiane Garbi (Tewfik Jallab). Ela decsobre que está grávida e fica em conflito, pois acredita que um filho irá atrapalhar suas ambições profissionais. Ela recebe um inesperado telefonema de sua mãe Fanfan (Dominique Blanc), anunciando que o pai de Cecilie teve mais um avc. Cecile retorna para a sua cidade natal, onde seus pais possuem um restaurante popular. Cecile passa uns dias para ajudar sua mãe, mas quando reencontra Raphael (Bastien Bouillon), seu namorado de adolescência, agora casado e com um filho, a paixão entre os dois acende novamente. O filme é muito simpático e funciona perfeitamente como um delicioso passatempo. Pode ser que tenha sido um exagero seleiconar o filme para abrir Cannes, mas certamente ele trouxe leveza para o festival, com belos números musicais e canções. O elenco está todo excelente, em especial, Dominique Blanc, que é uma atriz que amo. O final me lembrou muito o desfecho de "O céu de Suely". O número musical na pista de patinação entre Cecile e Raphael é comovente e muito lindo.

Animal

"Animal", de Brett Simmons (2014) Terror de sobrevivência indie, "Animal" imediatamente faz lembrar de "Pânico na floresta", "Predador" e "O abismo do medo. O filme é correto, trazendo bons atores em uma história já manjada, que se resume nos personagens querendo sobreviver aos ataques de uma criatura que vive na floresta. O filme tem ritmo e bons efeitos especiais, a maioria filmada de noite. Um grupo de cinco estudantes universitários decide ir na floresta para passar um dia. Já de cara, já dão de cara com uma criatura monstruosa, que devora suas vítimas. Os sobreviventes se escondem em uma cabana, onde outros 3 sobreviventes se encontram. Dái em diante, é contagem de corpos, e claro, um prêmio para quem advinhar que a sobrevivente é uma final girl.

Blood on the Bleachers

"Blood on the Bleachers", de Chase Dudley (2025) Um slasher indie de 122 minutos? Qualquer terror com essa duração, para sustentar a atenção do espectador, precisa ter uma ótima e criativa história, onde o público não saiba por qual caminho o filme vai seguir, ou então, ter ótimos atores que mantenham a atenção. "Blood on the bleachers", co-escrito e dirigido por Chase Dudley, não tem nenhum mérito. O filme tem uma história mega batida que traz referências a "Carrie, a estranha" e qualquer slasher que aconteça dentro dos ambientes de uma universidade. E sem falar que o elenco é todo amador, com reações fracas. E os efeitos especiais são toscos, principalmente quando o diretor insiste em mostrar as tripas das vítimas. No prólogo, alunos, professores e funcionários são assassinados. Passa-se um ano, e tudo voltou ao normal na universiadde. Em uma turma de psicologia, o professor provoca seus alunos, querendo que eles façam uma pesquisa e procurem identificar os motivos do serila killer. Entre os alunos, está Hannah. Ben, um alunos instrospectivo e que mora com uma mãe possessiva, procura se aproximar de Hannah. Novas mortes começam a ocorrer, e Hannah e seus amigos precisam descobrir a sua identidade, antes que eles se tornem as próximas vítimas. Fosse, uma situação real, bastava aos alunos se mudarem de cidade, pois o serial killer só ataca em seus ambientes. Mas como é um filme, os alunos, ao invés de acionarem a polícia, querem resolver tudo sozinho. Personagens mal alinhavados, cenas de tensão esticadas ao extremo e uma duração exagerada estragam qualquer possibilidade de diversão desse filme. O que talvez segure o mínimo de atenção é descobrir quem é o assassino, e mesmo assim, tem uma motivação boba.

domingo, 21 de setembro de 2025

My Heart Is That Eternal Rose

"Sat sau woo dip mung", de Patrick Tam (1989) Um excelente exemplar do cinema de gangaster dos anos 80 realizado em Hong Kong, "My heart is that eternal rose" é dirigido por Patrick Tam, que muitos críticos consideram um precursor do cinema de Wong Kar Wai. Inclusive, o fotógrafo de "My heart.." é Christopher Doyle, famoso parceiro dos trabalhos de Wong Kar Wai e que aqui também traz seu brilhantismo na iluminação, no trabalho de câmera e nos enquadramentos. O filme é ambientado em Hong Kong, no universo dos mafiosos. Cheung (Kwan Hoi-san) deseja se aposentar e não trabalhar mais para um poderoso mafioso. Mas ele precisa fazer um último trabalho: sequestrar o filho de um poderoso. Para isso, ele conta com a ajuda do namorado de sua filha Lap (Joey Wong), o jovem Rick (Kenny Bee). Mas o sequestro dá errado e o garoto morre. Rick foge para as Filipinas, mas Lap precisa tomar uma decisão: ela deve se tornar a amante do chefão da máfia, Shen (Chan Wai-man), caso contrário, ele irá matar o pai dela. Anos depois, Rick retorna, agora como um assassino de aluguel, para recuperar Lap. Mas ele decsobre que ela se tornou a amante do mafioso e que o guarda costas dela, Lap (Tony Leung), também se apaixonu por ela. Com uma excelente ambientação favorecida pela arte e fotografia, o filme traz o elemento romântico entre um triâgulo amoroso pelo qual o espectador irá torcer. Ótimas cenas de ação e um desfecho potente, violento e trágico, que me fez ficar bem triste.

Made in Serbia

"Made in Serbia", de Mladen Djordjevic (2005) Documentário obscuro realizado na Sérvia, escrito e dirigido por Mladen Djordjevic. O filme apresenta a indústria pornográfica amadora no país, longe dos grandes estúdios e orçamentos com estrelas do pornô. O elenco dos filme sé formado pela classe trabalhadora e desempregados, pessoas com corpos comuns que precisam pagar contas ou comprar alimentos para a sua casa. O filme apresenta um narrador, que procura pela sua ex-namorada, agora uma atriz pornô. Enquanto ele procura localizá-la, ele vai atrás de alguns atores, e o espectador acompanha 4 histórias diferentes: 1) Uma jovem estrela pornô que viaja para uma filmagem na Hungria, um ator bissexual que visita sua cidade natal 3) uma atriz de 40 anos que convida o marido para o ramo pornográfico 4) um camponês que se tornou uma lenda local graças ao seu trabalho na indústria pornográfica. Os atores amadores são entrevistados e falam sobre seus sonhos e a dura realidade de suas vidas. Familiares e amigos também são entrevistados, mostrando a realidade da classe baixa do país, sofrendo efeito do desemprego e da pobreza. O filme apresenta as filmagens de bastidores e cenas de s3x0 explícito que é vendido em dvds. É o outro lado da indu'stria pornô glamurizada dos grandes estúdios. Aqui, tudo é pobre: iluminação, história inxesistente e ver esses "atores" em cena, pode provocar tudo, menos excitação. É um retrato degradante e chocante da sociedade em declínio e sem perspectivas de futuro.

Entremedio

"Entremedio", de Martín Gamaler (2024) "Entremedio" é um drama indie argentino, co-escrito e dirigido por Martín Gamaler. O filme é ambientado na periferia de Buenos Aires, em um bairor pobre, formado pela classe média. Uma família, formada por Juan, um carpinteiro que contrói móveis, Estela, sua esposa que deseja retornar a trabalhar, e o filho de 10 anos, Nico (Enio Garcia Oliva). Há também a cadela de Nico, Frida. Nico testemunha diariamente a briga de seus pais, e seu único alento é Frida. Na rua, os garotos fazem bullying em Nico. Quando os pais de Nico decidem se separar, Nico vai morar com sua mãe. Nico sente emocionalmente a dor da separação. Quando vai passar uns dias com o pai, sua cadela foge e Nico vai atrás dela, percorrendo o perigo do bullying, a violência da região e o medo de enfrentar o mundo por conta própria. O filme me fez lembrar de "Conta comigo", clássico de Rob Reiner. O filme começa e termina com a narração em off do jovem protagonista, e no final, ocorre uma morte, que acaba sendo a transição para a vida adulta de Nico, que perde a sua inocência. É um filme melancólico, e confesso, não gostei do final. Muito triste demais para um filme coming of age. As performances do filme são naturalistas, em um filme com atmosfera de produção de baixíssimo orçamento.

El arranque

"El arranque", de Federico Jacobi (2024) Drama indie argentino, "El arranque" tem roteiro de Pablo Viollaz e direção de Federico Jacobi. Essencialmente, é um filme realizado por homens e sobr ehomens falidos, tanto finnaceiramente, quanto emocionalmente. O filme fala sobre uma maculinidade fragilizada, homens que tiveram seus sonhos de vida abruptamente eliminados. Sem perspectiva de um futuro melhor, os três homens, Sandro (Fabio Herrera) - dono de um posto de gasolina decadente, herdado de seu pai, e que precisa cuidar de sua mãe doente; Hugo (Miguel Ferreira), ganhou um carro velho que não funciona, e se tivesse dinheiro, o consertaria e iria embora da cidade; e Joselo (Gabriel Lenn), o mais velho dos três, sofreu um acidente de caminhão que o deixou cadeirante. Entre mate quente, cantorias e broderagem, os três homens conversam sobre suas vidas e as diversas possibilidades de um futuro inexistente. Com 70 minutos de duração, o filme é uma co-produção Argentina/México. A história funciona como uma metáfora sobre a atual situação política, econômica e social na Argentina. Um canto de lamento, com homens ainda em idade de produtividade, mas que não encontram apoio para dar passos adiante. Um excelente trabalho dos 3 atores, esse filme poderia render uma peça teatral facilmente adaptada para contextos culturais e políticos de outros países.

sábado, 20 de setembro de 2025

Sirat

"Sirat", de Oliver Laxe (2025) Filme escolhido pela Espanha para representar o país no Oscar de filme internacional 2026, 'Sirat" concorreu no Festival de Cannes 2025, de onde saiu com 3 prêmios: o grande prêmio do juri, o Palm dog (dedicado a animais de cena) e o prêmio de melhor trilha, um trabalho formdiável do compositor francês Kangding Ray. O termo "Sirat" vem do árabe e se refere a uma ponte sobre o inferno no dia do julgamento final, de acordo com a tradição islâmica, que os justos devem cruzar para chegar ao Paraíso. Ambientado no deserto do Marrcos, o filme é uma fábula distópica sobre um mundo às vésperas da 3a guerra mundial, que eclode durante uma festa rave no deserto. É ali que Luis (Sergi López, com uma fisionomia que lembra Gerard Depardieu) e seu filho adolescente Esteban (Bruno Núñez) se encontram em busca de Mar, a filha de Luis e irmã de Esteban, que saiu de casa para ir à uma rave. Eles não a encontram ali. Quando as forças militares marroquinas interrompem abruptamente a rave em meio a avisos de uma guerra global, eles se juntam a um grupo de ravers - Jade (Jade Oaked), Tonin (Tonin Janvier), Bigoey (Richard Blamy), Steffi (Stefania Gadda) e Josh (Joshua Liam Henderson) — que buscam outra rave mais adentro no deserto, onde Mar pode ser encontrada. Todo o elenco de apoio é formado por não atores, que inclusive usam seus nomes reais. O filme foi produzido por Pedro Almodovar e seu irmão Augustion, pela Deseo produções. Nada me tira da cabeça que a idéia do filme surgiu inspirado no ataque do Hamas em uma rave no deserto de Israel, em 2023. Fora esse fato, o filme me lembrou muito as obras-primas "O comboio do medo", de Willian friedkin, ond eum grupo precisa atravessar a floresta amazônica, repleta d epeirgos, em seus caminhões, e também, o trágico iraquiano "Tartarugas podem voar", onde crianças refugiadas são utilizadas para descobrir minas desativadas em campos abandonados. Aliás, fico imaginando a grande dificuldade que foi rodar esse filme, 100% ao ar livre no deserto escaldante. Os efeitos especiais são excelentes e tenho que dizer que o jump scare mais chocante que vi em um filme que não é de terror, foi aqui. Se preparem para um terceiro ato tenso e arrepiante.

Utopians

"Utopians", de Scud (2015) Dedicado a Yukio Mishima, Rainer Werner Fassbinder e Derek Jarman, "Utopians" é escrito e dirigido pelo cineasta chin6es Scud. O filme é um drama erótico queer e pansexual, segundo a dfeinição do próprio Scud. Repleto de cenas de nudez frontal e s3x0 explícito, "Utopians" foi inspirado nos escritos de Platão e na cultura da Grécia Antiga, que Scud descreve como a "melhor era da humanidade", quando ser gay era comum, e que "o sonho de uma vida utópica" é aquele em que a educação "serve para intensificar o amor em vez de proibi-lo". O filme também é livremente inspirado no romance "Police and teenager", de Leonard Tang. Hins (Adonis He) é um estudante universitário, órfão de pai e morando com sua mãe. Ele vive uma vida tradiiconal com a sua namorada, a jovem católica Joy (Fiona Wang). Quando um novo professor aparece, Antonio Ming (Jackie Chow), dando aula de mitologia, Hins fica encantado com o discurso sobre liberdade sexual e de sociedade utópica. Hins descobre que o próprio Professor vive o que prega: ele faz s3x0 com diversos rapazes, em sintonia com o discusro de amor livre. Hins não se declara gay, mas fica seduzido pelo professor e acabam se tornando amantes. Sud é um cineasta ousado e seus filmes são sempre envoltos com imagens estilizadas, altamente eróticas e com muita pose. Seu elenco é escalado em redes sociais, geralmente não atopres, dispostos a enfrentar cenas viscerais. O filme traz cenas intensas de s3x0, no geral é um filme interessante, mas longo e cansativo. O desfecho muda de tema, quando se decsobre que Hins é menor de idade e o professor é levado ao tribunal, acusado de p3dof1l1a.

Pianese Nunzio, 14 anos em maio

"Pianese Nunzio, 14 anni a maggio", de Antonio Capuano (1996) Polêmico drama queer, "Pianese Nunzio, 14 anos em maio" é um filme italiano escrito e dirigido por Antonio Capuano. O filme se passa em Nápoles, em uma região comandada pela máfia italiana, o bairro Sanita de Nápoles, um dos mais violentos da cidade. O Padre Lorenzo Borrelli (Fabrizio Bentivoglio) luta contra o crime organizado e defende a população. Mas diante do apoio dos populares, Lorenzo guarda um segredo: ele é p3d0f1l0. Pianese Nunzio (Emanuele Gargiulo), de 13 anos, é um jovem aspirante a cantor, e que encontra nos braços do Padre Lorenzo o amor e carinho que nunca teve. os dois se tornanm amantes. Quando a máfia descobre o caso, decide denunciar o Padre às autoridades. Um filme corajoso, com atuações fortes de Fabrizio e de Amanuele, que interpretam o padre o o adolescente. O filme traz ótimas cenas de ação ( por ex, a da estação do metrô) e as cenas do envolvimento amoroso entre os protagonistas é filmado de forma a não suscitar muitas polêmicas, até porque o ator era menor de idade.

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Marco Zero- Dança de rua do Brasil

"Marco Zero- Dança de rua do Brasil", de Jefferson Paulino (2025) Dirigido, escrito e produzido pelo cineasta de Santos Jefferson Paulino, o curta documental "Marco Zero- Dança de rua do Brasil" foi contemplado pelo edital da lei Paulo Gustavo. O filme apresenta Marcelo Cirino, um coreógrafo brasileiro que fundou o grupo "Dança de Rua do Brasil" em 1994, em Santos. O documentário comemora os 30 anos da fundação do grupo, considerado o marco zero da modalidade de dança de rua que começou desde então, a fazer parte da agenda cultural nacional. Marcelo adaptou o break à cultura brasileira, trazendo elementos nacionais à corepgrafia. o filme traz depoimentos de pessoas próximas a Marcelo, do próprio, e imagens das apresentação do grupo no Brasil e no mundo. Com uma trilha sonora composta pelo melhor da black music, como James Brown, Wilson Simonal, Tony Tornado, o filme fala sobre a resiliência e perseverança de um homem que decidiu mudar a vida de milhares de jovens.

A praia do fim do mundo

"A praia do fim do mundo", de Petrus Cariry (2025) Lançado em festivais no ano de 2021, "A praia do fim do mundo' só encontrou espaço no circuito de distribuição em 2025. Nesse período, Cariry lançou o seu premiado "Mais pesado é o céu", com Matheus Nachtergaele e Ana Luiza Rios. O filme traz uma narrativa em preto e branco densa, fotografada pelo próprio Cariry, que co-escreveu o roteiro com Firmino Holanda. Na praia de Ciarema,em uma casa isolada. moram Helena (Marcélia Cartaxo) e sua filha Alice (Fátima Macedo). A maré surge ameaçadora e aos poucos, engolindo a casa. Alice quer que sua mãe vend a casa e que elas saiam de lá. Mas Helena é presa à casa e ao espaço, apegada ao seu album de fotos e a memória do marido. Assim como o cinema de Kleber Mendonça, o filme fala sobre passado e presente, além das memórias de uma geografia que sofre constante mudança. É um filme que tem uma atmosfera que pode parecer até um filme de horror, mas se aproxima mais de uma narrativa Bergmaniana, com uma construção experimental. As duas atrizes estão ótimas.

Memórias de Shanghai

"Hai shang chuan qi", de Jia Zhang-ke (2010) O cinesta Jia Zjeng Khe é celebrado em festivais do mundo inteiro e também pelo cineasta brasileiro Walter Salles, que o homenageou no documentário "O homem de Fenyang". Em 2010, Jia Xheng khe lançou um documentário chamado "Memórias de Shanghai", patrocinado pela expo de Shanghai. Mesmo não sendo um projeto concebido por Zheng Khe, o filme mantém os seus temas: um olhar contemplativo sobre o tempo, a memória e a degradação dos espaços pela modernidade e avanço da tecnologia. O filme traz depoimentos de moradores da cidade, de idades distintas, contando as suas histórias de vida e relação com a cidade. A esposa de Khe, a atriz Zhao Tao, costura o filme, caminhando pelas ruas da cidade, com o seu olhar de admiração e cuirosidade. Permeando os depoimentos, Khe apresenta imagens belissimamente captadas de Shanghai, contrastando modernidade e uma China milenar e ancestral. Alguns trechos de filmes famosos, rodados na cidade, surgem, como "Flores de Xangai", de 1988, do cineasta Hou Hsiao-Hsien, que fala sobre o filme.

New blood

"Hyn huet ching nin", de Soi Cheang (2002) Um ótimo filme sobrenatural e horror chinês, "New blood" foi produzido e filmado em Hong Kong, e traz uma premissa bem interessante. A jovem Yau Yin Ping (Winnie Leung), portadora de um câncer terminal, faz um pacto suicida com seu namorado Jack (Marco Lok). Mas para a surpesa do casal, quando estão prestes a morrer, são salvos por um policial Sum Ka Lok (Bernard Chow), que estava fazendo uma ronda próximo ao local. No hospital, Jack precisa de doação de sangue, mas o tipo sanguíneo está em falta. Por coincidência, o policial Sum, e mais dois doadores, a jovem Joy (Niki Chow) e o arquiteto Eric So (Cyrus Chow) têm o mesmo tipo snaguíneo e doam para Jack, que sobrevive, mas fica em coma. O espírito de Yau, no entanto, vem reclamar o espírito do namorado, que ainda não morreu, e decide matar os 3 doadores, por vingança. O diretor Soi Cheang, que co-escreve o roteiro, traz uma atmosfera sinistra ao filme, no clima de "A hora do pesadelo", de Wes Craven, porém com cores mais sombrias e azuladas. A câmera faz um trabalho criativo, dando uma narrativa mais autoral ao projeto. O final ficou confuso, mas ainda assim é um filme que vale ser visto.

O último azul

"O último azul", de Gabriel Mascaro (2025) Desde que surgiu com o seu 1o longa em 2014, "Ventos de agosto", Gabriel Mascaro tem conquistado a crítica e pre6mios em festivais no Brasil e no mundo. Depois vieram os excelentes e polêmicos "Boi neon" e "Divino amor", com críticas à masculinidade tóxica e à religiosidade fanática. Com "O último azul", vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim 2025, Mascaro aponta a sua história com uma crítica ao etarismo e aos governos déspotas e ditatoriais. Li que algumas pessoas citaram o clássico de Richard Fleisher, 'Soylent green", como uma provável referência ao filme. Eu assisti ao filme e de fato, existe uma semelhança em relação a regimes extremos que impõem um toque de recolher aos idosos, obrigados a se instalarem em campos de concentração. Mas toda a história segue em caminhos diferentes. Em determinado, me remeteu até mesmo a "O pequeno príncipe", na busca incessante da personagem de Denise Weimberg, Tereza, por um significado para a sua vida aos 77 anos. No seu caminho, ela encontra diversos personagens, que trazem uam ressignificação para ela, que busca fugir da orbigatoriedade do isolamento: o barqueiro Cadu (Rodrigo Santoro) , que apresenta à ela o caracol que expele um líquido azul; responsável pela parte fantasiosa da trama; Ludemir (Adalino), dono de uma pequena aeronave ilegal, e finalmente, Roberta (Miriam Socarrás), uma vendedora de Bíblias digitais e reponsável pelos melhores momentos do filme. As cenas em que Weimberg e Socarrás interagem são brilhantes, comoventes e dvertidas. Um filme primoroso e sensível, que mereceu todos os prêmios que recebeu.

Um lobo entre os cisnes

"Um lobo entre os cisnes", de Helena Varvaki e Marcos Schechtman (2025) Ótimo filme dirigido pela dupla de cineastas Helena Varvaki e Marcos Schechtman, com roteiro escrito por Camila Agustini e Guillermo Arriaga, roteirista de diversos filmes de Alejandro Inarritu, entre eles, 'Amores perros". O filme é baseado em comovente história real: Thiago Soares (Matheus Abreu), o primeiro bailarino brasileiro a alcançar o status de Principal Dancer no Royal Ballet de Londres. A sua luta, vindo da periferia carioca, seu envolvimento com a bandidagem, sua aproximação com a dança clássica e principalmente, sua relação profissional e de amizade com o coreógrafo cubano Dino Carrera (Darío Grandinetti), que apostou no rapaz. Grandinetti é um premiado ator argentino, que trabalhou em filmes como "AFle com ela", de Pedro Almodovar, e "Relatos selvagens". O filme me lembrou muito a construção dramatúrgica de "Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo", de Afonso Poyart. são filmes que falam sobre resiliência, perseverança e a luta do brasileiro. O elenco traz também as participações luxuosas de Kelzy Ecard, Augusto Madeira, Alan Rocha, além de um time incrível de atores. Mas é em Matheus Abreu e Dino Grandinetti que o filme se apóia, uma relação repleta de humanidade. O desfecho é comovente, conduzido pelo talento dos diretores.