segunda-feira, 29 de abril de 2019
Vidas duplas
"Non fiction", de Olivier Assayas (2018)
O Cineasta francês Olivier Assayas, famoso pelos filmes "Clean", "Acima das nuvens", "Carlos" e o polêmico "Personal shopper" , escreveu o roteiro de "Vidas duplas", sua primeira investida na comédia. Só que comédia, diga-se de passagem, mesclada à drama e romance. A sua trama lembra a comédia americana de Peter Bogdanovich", "Um amor em cada esquina", onde casais se traem com pessoas próximas. Infelizmente, no filme de Assayas, a comédia passou longe, e o que fica, é um filme longo e entediante, sustentado pelo talento de Juliette Binoche, Guillaume Canet e Vincent Macaigne.
Alain (Canet) é um editor de livros, casado com a atriz Selena (Binoche). Selena pede para Alain publicar o novo livro do autor decadente Leonard (MAcaigne), mas Alain recusa. Selena e Leonard são amantes. Alain tem como amante uma nova editora contratada para informatizar a editora, através de e-books e áudio livros, processo que Alain é contra, preferindo livros a tablets.
No filme, os personagens discutem tecnologia, redes sociais, novas formas de relacionamento, carreira, frustração pessoal e profissional. Houve um tempo onde o Cinema francês era associado ao tédio por conta de filmes verborrágicos com diálogos intermináveis. Dependendo do seu estado de espírito quando for assistir a "Vidas duplas', pode ser que essa sensação monotonia se confirme. Vale pelo elenco e por uma piada já no final: um dos personagens diz que irá contratar a atriz Juliette Binoche para narrar um áudio livro, e perguntam para Selena a opinião dela. Se o filme tivesse investido mais na metalinguagem e na comédia maluca, teria sido muito mais divertido. O filme concorreu ao Leão de Ouro em Veneza em 2018.
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