terça-feira, 9 de abril de 2019
Loro
"Loro", de Paolo Sorrentino (2018)
O Premiado Cineasta italiano Paolo Sorrentino tem uma linguagem narrativa própria, que faz com que o Cinéfilo mais atento identifique de imediato um filme de sua autoria. Essa linguagem tornou- se mais autoral depois do grande sucesso de “A grande beleza”, vencedor do Oscar de 2014. Logo depois veio “Juventude”, e agora, Loro”, uma livre cinebiografia do ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusocni, famoso pelos seus escândalos fiscais e sexuais envolvendo prostitutas de alto luxo.
Berlusconi é um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna avaliada em quase 7 bilhões de dólares. Ele comanda uma rede de televisão, já foi dono do time de futebol A.C. Milan e dizem que tem envolvimento com a Máfia.
O filme foi originalmente lançado em 2 partes, com quase 2 horas de duração cada. Para poder ser elegível para o Oscar 2019, o filme foi condensado para exibição no exterior em 2:30 horas.
Mulheres objeto, vulgarização do sexo, consumo de drogas, festas hedonistas sem hora para acabar, muitas câmeras lentas, lentes grandes angulares, trilha sonora repleta de música pop, personagens arrogantes, figuras Fellinianas, e claro, tudo em excesso. Paolo Sorrentino é o Cineasta dos excessos estilísticos e narrativos. Tudo nele é sem freio. O filme, longo, não tem o mesmo fascínio de “A grande beleza”. Torna-se quase uma tarefa árdua assistir o filme até o fim. Fosse um filme brasileiro, facilmente teria sido excomungado por militantes feministas, por conta da nudez de todo o casting feminino e a alta exploração do corpo da mulher.
Mas verdade seja dita: não há quem filme Festas melhor do que Sorrentino. Elegantes, intensas, sexies, poderosas e belamente fotografas e marcadas em cena.
Sorrentino escala novamente Tom Sevillo como protagonista, interpretando Berlusconi. O filme foca em sua relação desgastada com sua esposa, a atriz decadente Veronica ( em ótima performance de Elena Sofia Ricci, vencedora do David de Donatello de Melhor atriz). Em seu entorno, políticos e bom vivants que querem se aproveitar das festas e dos contatos para se darem bem na Política e na vida social, entre eles, Sergio Morra (Riccardo Scamarcio).
Mas o filme é entediante, o roteiro é vazio, e o verdadeiro Berlusconi não veio à tona, e sim, as loucuras de suas festas, quase um filme adolescente americano tipo “Negócio arriscado”. Mas vale pelo estilo e pela beleza do filme.
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