sábado, 6 de abril de 2019

Luzes da Ribalta

"Limelight", de Charles Chaplin (1952) Não sei aonde me escondo de tanta vergonha por nunca ter assistido a essa obra-prima de Charles Chaplin. "Luzes da Ribalta" foi lançado em 1952, e foi o seu último filme realizado nos Estados Unidos. Acusado de fazer parte do Partido Comunista, Chaplin teve que se mudar para a Inglaterra. O filme somente foi lançado nos Estados Unidos em 1972, quando foi indicado ao Oscar em várias categorias e acabou levando o Oscar de trilha sonora. A música "Tema de Terry" é das mais conhecidas pelo grande público, sendo sempre associada à imagem de Chaplin pela melancolia e poesia. O filme é ambientado em Londres de 1914, antes da 1a Guerra mundial. Calvero ( Chaplin), é um Artista em decadência, longe dos tempos áureos que conquistou há anos atrás. Ele mora em um cortiço, e está com o aluguel atrasado. Chegando bêbado em casa, ele salva uma vizinha, Tereza (Claire Bloom), que tentou suicídio. Ela também está com o aluguel atrasado, e tem um passado traumático, que a impede de seguir seu sonho de ser bailarina. Calvero passa a cuidar dela e a incentiva a voltar a dançar. Ao mesmo tempo, Calvero vai cada vez mais afundando na depressão e no ostracismo. O filme lembra bastante o enredo de "Nasce uma Estrela", mas Chaplin traz muita melancolia e tristeza a essa sua derradeira aparição com um personagem que lembra Carlitos, mas sem maquiagem. Impossível não associar o personagem Calvero ao próprio Chaplin, que em 1952, já se encontrava em processo de declínio e perda do público, uma vez que seus grandes sucessos viera com o período do Cinema mudo. O filme tem diálogos brilhantes escritos pelo próprio Chaplin, e percebe-se sua amargura pelo Show Bizz, que o abandonou. Muitas cenas antológicas, como o seu sketche com Buster Keaton. Só essa cena já valeria ver o filme, uma linda homenagem ao Cinema mudo. Obrigatório.

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